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Kassab anuncia plano tímido e sem metas para o trânsito
Prefeitura afirma que as medidas divulgadas são resultado de 6 meses de estudo
Secretário dos Transportes afirma que um dos objetivos é reduzir em até 25 minutos "a maioria das viagens por corredores" de ônibus
ALENCAR IZIDORO
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem esperava alguma mudança de impacto para trafegar
com mais rapidez nos próximos meses no trânsito da cidade de São Paulo terá que deixar
seu automóvel na garagem.
A gestão Gilberto Kassab
(DEM) divulgou ontem um pacote de medidas tímidas com a
justificativa de aumentar a fluidez dos carros. Mesmo para os
ônibus, eleitos como prioridade pelo discurso oficial, as melhorias devem ser só pontuais.
O plano de ações de Kassab,
pré-candidato à reeleição, surge no período em que a cidade
vem batendo recordes sucessivos de congestionamento. Segundo a prefeitura, foi resultado de seis meses de estudos.
Como a Folha adiantou ontem, a maioria das medidas é
voltada ao transporte coletivo.
No conjunto de ações, foram
divulgados somente 17 trechos
de vias onde haverá maior restrição ao estacionamento e às
operações de carga e descarga
-como partes das ruas Vergueiro e Domingos de Morais e
toda a extensão das avenidas
Cupecê e Adolfo Pinheiros.
A prefeitura também disponibilizou na internet uma lista
com 175 rotas alternativas aos
principais eixos viários.
Das 19 intervenções prometidas em corredores de ônibus,
dez têm término previsto apenas para junho (como a adequação na geometria e nos semáforos no cruzamento da rua
da Consolação com a avenida
Ipiranga) e quatro estão ainda
em fase de projeto, sem prazo.
Essas medidas envolvem intervenções como ajustes nos
semáforos, facilitação do acesso aos terminais e remanejamento de pontos de parada em
alguns "gargalos" existentes.
No caso da restrição de estacionamento e carga e descarga,
a regra só deve valer em 20
dias, porque é preciso sinalizar
as mudanças. E, ontem, ainda
havia algumas incertezas sobre
detalhes de horários e trechos.
O conjunto de medidas, avaliam especialistas ouvidos pela
Folha, é positivo (a divulgação
de rotas alternativas é que enfrenta mais ressalvas), mas
com impactos pequenos -podem trazer benefícios nas vias
onde serão adotadas, mas sem
efeito estrutural no trânsito.
"São ações pontuais no meio
do incêndio. O alcance será limitado. Mas mal não deve causar", afirma Jaime Waisman,
professor da USP. "Haverá resultados localizados, mas, no
todo, pouco expressivos", diz
Flamínio Fichmann, urbanista
favorável a medidas mais ousadas, ainda que impopulares, como o pedágio urbano.
O secretário Alexandre de
Moraes (Transportes) disse, de
forma genérica, sem detalhes,
que a meta é diminuir em "até"
25 minutos "a maioria das viagens por corredores" de ônibus.
A gestão Kassab não divulgou
nenhuma expectativa numérica do impacto das medidas no
aumento da velocidade ou na
queda dos índices de lentidão
da CET. Questionado, Moraes
disse que seria "futurologia".
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