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Piores escolas reduzem aula por falta de água
Alunos perdem até três aulas ao dia porque as unidades suspendem atividades devido a falta de banheiros e de professores
Secretaria da Educação diz que novos banheiros ficarão prontos na próxima semana e que irá chamar mais professores para o local
Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
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Alunos chegam para aula na escola estadual Renato de Arruda Penteado (Brasilândia), a pior escola de ensino médio da capital
LUISA ALCANTARA E SILVA
FÁBIO TAKAHASHI
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os alunos das piores escolas
de 1ª a 4ª série e do ensino médio na cidade de São Paulo perdem de duas a três aulas por dia
(de um total de cinco) porque
as unidades enfrentam uma série de problemas, que vão da
falta d'água -que provoca a interdição dos banheiros- à ausência de professores. A situação ocorre desde o início do ano
letivo, em 16 de fevereiro.
As duas escolas ficam no
mesmo lugar: a Vila Brasilândia
(zona norte), distrito que recebeu a pior avaliação dos moradores no caderno DNA Paulistano, publicado pela Folha em
2008. É ali onde também fica a
escola Deputado Luiz Sergio
Claudino dos Santos, instituição de 1ª a 4ª série que mais
piorou, segundo o Idesp (instrumento de avaliação das escolas estaduais criado em
2007), divulgado anteontem.
Na pior escola de 1ª a 4ª série, a Dr. Genésio de Almeida
Moura, que teve 1,08 no Idesp
-o máximo é dez-, a situação
relatada por alunos e pais é crítica: ratos no local, pombos no
refeitório e uso de drogas.
Segundo os pais, o problema
se arrasta desde 2008, quando
o Idesp da escola caiu 47,8%.
Os pais também se queixam da
falta de dedicação de professores. "Transferi minha filha de
escola neste ano", diz a dona de
casa Francisca Batista. Segundo ela, uma das professoras da
filha chegou a escrever carroça
com dois "s".
A Folha entrou ontem na escola e viu três banheiros interditados. Na saída, um aluno pediu para usar um deles e uma
funcionária disse que não poderia. As salas estavam sujas.
Nesta semana, houve uma
reunião com pais e a nova diretora. "Vamos ver no que dá agora", diz Luciane Nunes, mãe de
uma aluna. A diretora não quis
dar entrevista.
Na escola Professor Renato
de Arruda Penteado, a pior no
ensino médio, a situação não é
diferente: banheiros sem água
e é comum não ter aula.
Em 2008, a escola caiu 37,5%
e atingiu o índice de 0,4 (também de uma escala de 0 a 10)
-o pior das 573 escolas da cidade no ensino médio.
Outro lado
A Secretaria da Educação admitiu os problemas. Afirmou
que a Dr. Genésio de Almeida
Moura tem quatro banheiros e
que dois estão em reforma e ficarão prontos na próxima semana. Os outros, da direção,
podem ser usados pelos alunos.
Sobre a Professor Renato de
Arruda Penteado, a secretaria
afirmou que o problema dos
banheiros é a falta d'água na região -informação contestada
pelos moradores- e que hoje
irá mandar um caminhão-pipa
para suprir a escola.
Sobre a falta de professores, a
secretaria afirmou que há docentes, mas que eles faltam e
que irá chamar eventuais -que
cobrem os ausentes- a partir
de segunda-feira.
Veja como são a melhor e a
pior escola de 1ª a 4ª série
em SP
www.folha.com.br/090784
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