|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Após incêndio, Fórum João Mendes ainda tem falhas
Um ano depois do tumulto no maior fórum da cidade,
prédio não tem alarme e treinamento para emergências aberta no Fórum João Mendes
Júnior; fiação aparente é outro problema
Falta de segurança inclui
portas corta-fogo que são
mantidas abertas no edifício
por onde circulam cerca de
25 mil pessoas por dia
DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL
Portas corta-fogo mantidas
abertas, fiação aparente, falta
de alarme de incêndio e de treinamento para emergências.
Um ano após um princípio de
incêndio que causou tumulto
em seus 24 andares, o Fórum
João Mendes Júnior ainda exibe falhas de segurança, que
preocupam funcionários.
Diariamente, cerca de 25 mil
pessoas circulam pelo prédio
-número maior que o da população residente no distrito da
Sé (região central), onde está
localizado, ou quase o triplo da
de Holambra (125 km de SP).
Sem alarme para comunicar
o incêndio no 14º andar em 27
de março do ano passado, o público só deixou o local após
alerta de colegas, no boca a boca. O tumulto nas escadas não
foi maior porque o fogo foi controlado a tempo e não se espalhou. Pois a falta de aviso sonoro permanece, assim como vários outros problemas evidenciados em 2008. Não foram feitas, por exemplo, simulações de
retirada das pessoas do prédio
para casos de emergência.
Mais: portas corta-fogo são
mantidas abertas por calços de
papelão ou madeira. Algumas
delas ficam obstruídas por sacos de lixo. Se houver fogo no
edifício, a fumaça (que pode
causar desmaios e intoxicação)
e as chamas poderão se espalhar com facilidade pelos compartimentos.
O grande volume de papel
amplia o potencial inflamável
do fórum. Atualmente, há no
local cerca de 380 mil processos em andamento.
Há também fiação aparente,
ao alcance do público, em alguns andares (o fórum não informou se são fios de energia
elétrica). Degraus das escadas
têm alturas diferentes, facilitando quedas e torções. Por
fim, na lista de problemas, extintores de incêndio que deveriam ter sido trocados em janeiro, segundo o selo indicador
de validade nos aparelhos.
Procurado, o Tribunal de
Justiça de São Paulo diz que
houve um equívoco na marcação da validade dos extintores e
que, na verdade, o vencimento
só acontece neste mês. Foi a
única contestação sobre os problemas elencados acima pela
Folha, que levou um engenheiro indicado pelo Sinaenco (Sindicado da Arquitetura e da Engenharia) para visitar o prédio.
Sobre as demais falhas, o juiz
José Maria Câmara Junior, assessor da presidência do órgão,
diz que medidas estão sendo
tomadas.
Funcionários dizem que a
preocupação cresceu na quinta-feira da semana passada,
quando o prédio ficou sem
energia e, no dia seguinte, houve veto a uso de aparelhos de
ar-condicionado. Câmara Junior diz que não há notícia de
problemas elétricos no prédio e
que a falta de luz teve origem
em equipamento externo, de
responsabilidade da Eletropaulo. Já a empresa de energia
diz que também houve falha interna, de responsabilidade do
fórum.
Texto Anterior: No Jardim Paulista, trilhos de bonde são encontrados sob o asfalto durante obra Próximo Texto: Recuperação: TJ vai gastar R$ 39 milhões com reforma Índice
|