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Colégios "top" mapeiam ex-estudantes
Pesquisa do Datafolha encomendada por 11 escolas de SP ouviu 1.500 pessoas; objetivo é reduzir importância do Enem
Estudo analisa situação econômica dos ex-alunos; as graduações de direito administração e engenharia são as mais procuradas
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
Na tentativa de diminuir o
peso do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) como
indicador de qualidade, colégios particulares de São Paulo
decidiram criar avaliação
própria. Por meio do Datafolha,
entrevistaram 1.500 ex-estudantes, para apurar itens como
salário atual dos egressos e autoavaliação em relação ao poder de negociação.
Participaram da pesquisa,
que será anual, 11 escolas (entre
eles Bandeirantes, Vera Cruz,
Oswald de Andrade, Gracinha e
Lourenço Castanho). A posição
delas no último Enem varia de
2º a 140º, num universo de 423
colégios privados paulistanos.
As escolas dizem que os dados, inéditos no país, serão
usados para corrigir seus pontos fracos e para apresentar
melhor a instituição aos pais,
tanto aos que já têm filhos estudando no colégio quanto aos interessados em uma vaga.
Os resultados estão em fase
final de tabulação, mas já está
claro que os ex-alunos (são
considerados no levantamento
somente aqueles se formaram
nas escolas) se autoavaliam
mais positivamente nos itens
ética, comprometimento e postura; as notas mais baixas são
para negociação, raciocínio numérico e responsabilidade social. As escolas, cuja média de
mensalidade é de R$ 1.650, foram bem avaliadas (nota 8,7).
Dos ex-estudantes, 73% se
graduaram em uma universidade privada -USP e PUC são
as preferidas. Os cursos universitários mais procurados pelos
egressos foram administração,
direito e engenharia.
Avaliação ampla
"Hoje o pai só sabe a mensalidade e a nota no Enem. Se o
aluno daquela escola não sabe
trabalhar em grupo ou negociar, o exame não mostra",
afirma Eugênio Machado Cordaro, diretor do Oswald de Andrade e um dos coordenadores
da pesquisa (delineada pelo
Instituto Eduqual).
Cada colégio receberá relatório individual, com os resultados de seus egressos. A ideia é
expandir a pesquisa para outras escolas nos próximos anos.
"Não sejamos ingênuos. Há
uma grande disputa por alunos,
e esses colégios cobram caro.
As informações serão usadas
para convencer pais", afirma a
professora Angela Soligo, da
Faculdade de Educação da Unicamp (Universidade Estadual
de Campinas).
"Tomara que [as informações] sejam usadas também
para melhorar o ensino. O
pai deve estar atento ao que
será mostrado", completa a
pesquisadora.
Sedentarismo
Um dos pontos que mais
preocuparam as escolas foi o
sedentarismo: aproximadamente 35% dos ex-estudantes
disseram que não praticam
exercícios regularmente.
"Teremos de repensar como
abordamos o físico, a alimentação saudável. Temos focado
mais as atividades intelectuais,
que são importantes, mas isso
não é tudo", diz Cordaro, coordenador do levantamento.
"A aula de educação física é
descolada da aula de ciências.
Isso precisa mudar", afirma
Sylvia Figueiredo Gouvêa, diretora do Lourenço Castanho e
assessora da pesquisa.
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