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SÉRGIO BANDARRA SILVEIRA (1933-2010)
Gaúcho, o último fotógrafo dos bares da Lapa
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Estão prontos 21 capítulos
de um livro inacabado, cujo título seria "A Minha História
da Lapa". Na obra, revela-se
um pouco da vida de seu autor, Sérgio Bandarra Silveira.
Ele era o Gaúcho, profissão
fotógrafo. Por 40 anos, o senhor grisalho, sempre de terno e gravata borboleta, dedicou-se a fazer retratos em restaurantes da Lapa, no Rio.
O instrumento de trabalho
era uma câmera Fuji, que cuspia a foto, no estilo Polaroid.
Os retratos, cada vez mais raros devido à proliferação das
digitais, saíam por R$ 20 cada.
Sua base, como conta o filho, o militar Caetano, era no
tradicional bar Nova Capela.
Nos últimos anos, porém, o
gaúcho de Rosário do Sul foi
mais fotografado do que fotografou. Ele virou um personagem lendário -saiu em revistas, jornais, e foi ao Jô Soares.
Admirado por alguns, era
considerado antipático por
outros. Caetano explica: com
os amigos e a família, o pai era
brincalhão; no trabalho, portava-se com muita seriedade.
No ramo ele começou após
tentar a vida vendendo livros.
Ao ir para Curitiba, foi traído
pela mulher, que também trabalhava na área, e aí decidiu
viver no Rio. Um amigo emprestou-lhe uma câmera.
Há cerca de sete anos, com
um problema na retina, ficou
cego de um olho. Estava com
uma catarata no outro, mas
uma cirurgia recente havia
lhe devolvido parte da visão.
Pensava em voltar ao trabalho. Morreu no domingo, aos
76, de infarto. Deixa filho. A
missa de sétimo dia será na
segunda, às 10h, na igreja de
Sto. Antonio dos Pobres, Rio.
coluna.obituario@uol.com.br
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