São Paulo, sábado, 20 de março de 2010

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SÉRGIO BANDARRA SILVEIRA (1933-2010)

Gaúcho, o último fotógrafo dos bares da Lapa

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Estão prontos 21 capítulos de um livro inacabado, cujo título seria "A Minha História da Lapa". Na obra, revela-se um pouco da vida de seu autor, Sérgio Bandarra Silveira.
Ele era o Gaúcho, profissão fotógrafo. Por 40 anos, o senhor grisalho, sempre de terno e gravata borboleta, dedicou-se a fazer retratos em restaurantes da Lapa, no Rio.
O instrumento de trabalho era uma câmera Fuji, que cuspia a foto, no estilo Polaroid.
Os retratos, cada vez mais raros devido à proliferação das digitais, saíam por R$ 20 cada.
Sua base, como conta o filho, o militar Caetano, era no tradicional bar Nova Capela.
Nos últimos anos, porém, o gaúcho de Rosário do Sul foi mais fotografado do que fotografou. Ele virou um personagem lendário -saiu em revistas, jornais, e foi ao Jô Soares.
Admirado por alguns, era considerado antipático por outros. Caetano explica: com os amigos e a família, o pai era brincalhão; no trabalho, portava-se com muita seriedade.
No ramo ele começou após tentar a vida vendendo livros.
Ao ir para Curitiba, foi traído pela mulher, que também trabalhava na área, e aí decidiu viver no Rio. Um amigo emprestou-lhe uma câmera.
Há cerca de sete anos, com um problema na retina, ficou cego de um olho. Estava com uma catarata no outro, mas uma cirurgia recente havia lhe devolvido parte da visão.
Pensava em voltar ao trabalho. Morreu no domingo, aos 76, de infarto. Deixa filho. A missa de sétimo dia será na segunda, às 10h, na igreja de Sto. Antonio dos Pobres, Rio.

coluna.obituario@uol.com.br


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