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VIOLÊNCIA
Vítima de quadrilhas nos Estados não é mais o milionário, mas a classe média, segundo a polícia
São Paulo supera Rio em sequestros
da Reportagem Local
e da Sucursal do Rio
O Estado do Rio de Janeiro, que
chegou a ter 77 sequestros em um
único ano (1996), perdeu para
São Paulo a liderança em registros desse tipo de crime.
A inversão de posições ocorreu
no ano passado, pela primeira vez
desde 1996, segundo dados das
Secretarias da Segurança Pública
dos dois Estados.
Neste ano, a polícia paulista já
investigou oito casos de sequestros, contra apenas dois da polícia fluminense (veja arte ao lado).
A queda das ocorrências no
Rio, segundo a DAS (Divisão Anti-Sequestro), se deve às prisões
de líderes de quadrilhas importantes nos últimos dois anos. É o
caso de Nelsinho e Claudinho do
morro da Mineira, que sequestraram o empresário Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira Filho em 1995.
Em São Paulo, o aumento tem a
ver com a ""interiorização" das
quadrilhas. A maioria dos crimes
deste ano ocorreu na região de
Campinas (99 km da capital) e
um mesmo grupo é suspeito de
comandar as ações. Trata-se da
família Oliveira, parentes dos sequestradores de Wellington Camargo, irmão dos cantores sertanejos Zezé di Camargo e Luciano.
Novo alvo
A vítima dos sequestradores
desse novo cenário mudou. Não
são mais os empresários milionários e famosos. "As pessoas muito
ricas têm muita segurança. Sequestros contra eles, além de mais
difíceis, chamam muita atenção.
Então os sequestradores tentam
variar o alvo", afirmou Fernando
Moraes, diretor da DAS, no Rio.
Metade dos sequestrados no
ano passado, segundo Moraes,
era de classe média alta.
Em São Paulo, a polícia desconfia que as quadrilhas estejam escolhendo as vítimas pelo tipo de
veículo. É como se os criminosos
prolongassem a duração de um
sequestro relâmpago -crime típico da capital, que consiste em
fazer uma pessoa como refém, sacar dinheiro dela da conta bancária e depois liberá-la. O saque, no
caso, é o pagamento de resgate.
As abordagens ocorrem, em geral, em trechos com pouco movimento nas rodovias estaduais.
Fim de sequestro
Ontem de madrugada, a polícia
do Rio descobriu o cativeiro do
menino Samuel Menezes dos
Santos Júnior, 13, na favela Nova
Holanda, em Bonsucesso, e prendeu três envolvidos no sequestro.
Júnior foi levado na última sexta-feira em frente à sua casa.
Os sequestradores estavam pedindo um resgate de R$ 500 mil
para o pai go garoto, um pequeno
distribuidor de bebidas.
Em São Paulo, anteontem, Maria Antonia de Velo Barros, mulher do empresário Wilson de
Barros, presidente do time Mogi
Mirim, foi libertada. Ela ficou como refém por dez dias e foi encontrada no porta-malas de um
Tempra, com placas de Goiânia,
em Campinas. O empresário pagou resgate de R$ 84 mil.
Segundo a vítima, os quatro sequestradores disseram a ela que
seriam da família Oliveira.
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