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TRANSPORTE
Para secretário, "não terá sentido manter as duas empresas" após a iniciativa privada assumir parte das linhas de trem
Estado vai fundir Metrô e CPTM em 2002
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo de São Paulo vai fundir suas duas companhias responsáveis pelo transporte de passageiros sobre trilhos na região
metropolitana, antes mesmo do
final do mandato de Geraldo
Alckmin (PSDB).
As atividades do Metrô e da
CPTM (Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos) serão concentradas em uma única empresa
no ano que vem. A estratégia será
uma consequência da concessão à
iniciativa privada de parte das linhas de trens paulistas.
"Não tem sentido manter as
duas. Vai ser uma só. Dentro dela,
algumas linhas serão operadas
por empresas privadas e outras,
pelo poder público", disse ontem
Cláudio de Senna Frederico, secretário estadual dos Transportes
Metropolitanos.
As características do edital de licitação da malha ferroviária da
CPTM devem ser definidas no final de maio, após a conclusão de
um estudo que começou a ser
preparado no ano passado.
O Metrô tem 7.300 funcionários, transporta 2,5 milhões passageiros por dia e arrecada mais
de R$ 500 milhões por ano. A
CPTM tem 6.800 funcionários,
transporta quase 1 milhão de passageiros por dia e fatura R$ 250
milhões por ano.
Das seis linhas da CPTM, serão
concedidas à iniciativa privada
pelo menos quatro -Noroeste
(Barra Funda/Francisco Morato),
Oeste (Júlio Prestes/Itapevi), Sudeste (Barra Funda/Rio Grande
da Serra) e Leste Variante (Brás/
Calmon Viana). Segundo Frederico, essa concessão deve durar de
25 a 30 anos.
Os estudos que estão sendo feitos ainda definirão a viabilidade
de manter a Expresso Leste
(Brás/Guaianazes) com a administração estadual.
A linha Sul (Osasco/Jurubatuba) passará para a estrutura do
Metrô ainda este ano. Desde 1994,
esse trecho recebeu três vezes
mais investimentos por passageiros que os demais.
A estratégia do Estado será
manter a marca do Metrô após a
fusão das duas empresas. Segundo a última pesquisa Datafolha,
realizada no começo do mês, 75%
das pessoas avaliam como ótimo/bom os serviços do Metrô.
Apenas 26% fazem essa mesma
avaliação dos trens.
A malha da CPTM será dividida
em dois blocos para a concessão,
que poderão ser gerenciados por
companhias diferentes.
Atualmente, a empresa consegue cobrir 65% dos custos de operação com a arrecadação tarifária,
que é de R$ 250 milhões por ano.
As outras despesas são subsidiadas pelo Estado.
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