São Paulo, sexta-feira, 20 de abril de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TRANSPORTE

Para secretário, "não terá sentido manter as duas empresas" após a iniciativa privada assumir parte das linhas de trem

Estado vai fundir Metrô e CPTM em 2002

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo de São Paulo vai fundir suas duas companhias responsáveis pelo transporte de passageiros sobre trilhos na região metropolitana, antes mesmo do final do mandato de Geraldo Alckmin (PSDB).
As atividades do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) serão concentradas em uma única empresa no ano que vem. A estratégia será uma consequência da concessão à iniciativa privada de parte das linhas de trens paulistas.
"Não tem sentido manter as duas. Vai ser uma só. Dentro dela, algumas linhas serão operadas por empresas privadas e outras, pelo poder público", disse ontem Cláudio de Senna Frederico, secretário estadual dos Transportes Metropolitanos.
As características do edital de licitação da malha ferroviária da CPTM devem ser definidas no final de maio, após a conclusão de um estudo que começou a ser preparado no ano passado.
O Metrô tem 7.300 funcionários, transporta 2,5 milhões passageiros por dia e arrecada mais de R$ 500 milhões por ano. A CPTM tem 6.800 funcionários, transporta quase 1 milhão de passageiros por dia e fatura R$ 250 milhões por ano.
Das seis linhas da CPTM, serão concedidas à iniciativa privada pelo menos quatro -Noroeste (Barra Funda/Francisco Morato), Oeste (Júlio Prestes/Itapevi), Sudeste (Barra Funda/Rio Grande da Serra) e Leste Variante (Brás/ Calmon Viana). Segundo Frederico, essa concessão deve durar de 25 a 30 anos.
Os estudos que estão sendo feitos ainda definirão a viabilidade de manter a Expresso Leste (Brás/Guaianazes) com a administração estadual.
A linha Sul (Osasco/Jurubatuba) passará para a estrutura do Metrô ainda este ano. Desde 1994, esse trecho recebeu três vezes mais investimentos por passageiros que os demais.
A estratégia do Estado será manter a marca do Metrô após a fusão das duas empresas. Segundo a última pesquisa Datafolha, realizada no começo do mês, 75% das pessoas avaliam como ótimo/bom os serviços do Metrô. Apenas 26% fazem essa mesma avaliação dos trens.
A malha da CPTM será dividida em dois blocos para a concessão, que poderão ser gerenciados por companhias diferentes.
Atualmente, a empresa consegue cobrir 65% dos custos de operação com a arrecadação tarifária, que é de R$ 250 milhões por ano. As outras despesas são subsidiadas pelo Estado.


Texto Anterior: Dívida: Finanças fecha acordos para pagar credores
Próximo Texto: FHC vai definir diretrizes do setor
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.