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MOBILIZAÇÃO
Pedreiro participou de cinco ocupações
Movimentos têm até invasor profissional
DA REPORTAGEM LOCAL
Por trás das barracas dos sem-teto paulistanos estão invasores
profissionais. São integrantes
dos multifacetados movimentos
que, mesmo já tendo casa própria, lutam por um teto para parentes e amigos.
É o caso da aposentada Maria
do Carmo Gabriel, 50, que, apesar de morar numa casa de alvenaria construída pelo marido,
acampou ontem no terreno da
CDHU no Jardim São Luiz. "É
que meus cinco filhos ainda não
têm", justifica. O sexto filho,
conta, conseguiu um apartamento depois de ela ter invadido
um terreno do Estado. "Para a
classe pobre a única solução é
ocupar e torcer", afirma.
O pedreiro José Pedro de Melo, 52, já contabiliza cinco invasões em seu currículo de associado a movimentos de habitação popular. Pernambucano de
Garanhuns, terra natal de Lula,
veio a São Paulo em 1977 com o
mesmo sonho da família do presidente: "melhorar de vida e ter
comida no prato".
O salário de pedreiro lhe permite alimentar a família, mas
não tem conseguido pagar em
dia a prestação de R$ 200 de sua
casa. "Se não quitar o imóvel onde moro, podem tirar de mim."
No acampamento no terreno
da CDHU no Jardim São Luiz,
Melo e outros invasores viraram
de lado uma caçamba metálica
para recolher lixo e entulho e
improvisaram a cobertura da
barraca onde pretendem passar
os próximos dias. O lixo espalhado pelo terreno provocou
um cheiro desagradável.
A CDHU informou que entrará com pedido de reintegração
de posse do terreno invadido.
(FABIO SCHIVARTCHE)
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