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MORTE EM PERDIZES
Inquérito não foi concluído e faltam laudos
Polícia pede prorrogação da prisão de jovem suspeito de matar o pai
DA REPORTAGEM LOCAL
A polícia pediu ontem a prorrogação do prazo da prisão temporária do universitário Gil Grecco
Rugai, 21, suspeito de matar o pai,
o empresário Luiz Carlos Rugai,
40, e a mulher dele, Alessandra,
33. Os primeiros 15 dias de prisão
decretados pela Justiça vencem à
meia-noite de hoje.
A promotora de Justiça Mildred
Gonzalez Campi encaminha também hoje um parecer favorável à
prorrogação. Segundo o delegado
Rodolfo Chiarelli Júnior, do
DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), o inquérito não foi concluído nem foi
pedida a prisão preventiva (até o
julgamento) porque a polícia espera laudos e informações sobre
dados bancários e telefônicos de
Rugai, Gil e pessoas próximas.
Foi pedida a quebra de sigilo
bancário da Referência Filmes,
empresa de Luiz Carlos Rugai, para saber se houve o desfalque que
ele teria relatado ao seu instrutor
de vôo, Alberto Bazaia Neto, quatro dias antes do crime.
Segundo Bazaia Neto, Rugai teria dito que Gil estaria desviando
dinheiro. O jovem teria negado
inicialmente a fraude durante um
jantar, mas horas depois teria
confessado o desvio. Gil teria afirmado que essa foi a maneira que
encontrou para prejudicar o pai.
Rugai teria dito ao filho para dar
um jeito de devolver o dinheiro
senão iria comunicar a polícia, segundo relato do instrutor. "Se necessário, iria colocá-lo [o Gil]
atrás das grades", teria dito Rugai.
Um dos advogados de Gil, Fernando José da Costa, 31, protocolou ontem pedido de inquérito
para apurar suposto crime de falso testemunho do vigia Domingos Ramos de Oliveira Andrade,
que disse ter visto Gil deixando a
casa do pai logo após os disparos.
O pedido baseia-se no fato de
Andrade ter afirmado inicialmente não ter visto ninguém entrar
nem sair da casa. Dias depois, porém, o vigia narrou ter visto Gil.
Os advogados de Gil questionaram o fato de o último depoimento de Andrade ter sido tomado
pela Promotoria, exatamente
após a defesa ter pedido o relaxamento da prisão de Gil. "A autoridade policial e o Ministério Público deixaram sua função de apurar
e só tentam incriminar Gil", diz
Costa. A promotora afirma que a
Lei Orgânica do Ministério Público garante que ela tome os depoimentos que julgar necessário.
(GILMAR PENTEADO E SÍLVIA CORRÊA)
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