São Paulo, domingo, 20 de abril de 2008

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Novos depoimentos de pai e madrasta ampliam contradições, afirma polícia

DA REPORTAGEM LOCAL

Para a polícia, as 33 páginas dos interrogatórios de Alexandre Nardoni e de Anna Carolina Jatobá estão cheias de contradições, entre o casal e entre o primeiro depoimento dado por eles no dia seguinte à morte da menina Isabella Nardoni.
Grande parte das contradições, ainda segundo a polícia, foi referente aos horários e o que se passou desde a chegada da família à garagem do prédio até a menina ser encontrada no jardim. A defesa do casal disse não haver contradição e que as declarações foram "uníssonas".
Sobre o sangue de Isabella encontrado pela perícia do IC (Instituto de Criminalística) na cadeira de bebê do carro do pai, um Ford Ka, e na fralda, os suspeitos disseram desconhecer a existência de tais manchas.
Ainda segundo policiais que participam da investigação, a palavra "desconheço" foi empregada pela madrasta para responder a tais questionamentos da Polícia Civil e Ministério Público. Alexandre teria utilizado a frase "não sei explicar o motivo disso".
A polícia afirma que o corte na testa de Isabella ocorreu antes de sua queda da janela do sexto andar do edifício London e pode ter sido provocado por uma agressão dentro do veículo. A criança pode ter se cortado ao bater a cabeça na cadeira de bebê, segundo disse um dos investigadores do 9º Distrito Policial, no Carandiru.
Dentro do automóvel, os peritos recolheram sangue e uma amostra de fios de cabelo com bulbo (raiz) de Isabella. Tais materiais reforçam a tese da polícia de que ela começou a ser agredida no trajeto que o carro fez da casa do pai da madrasta, em Guarulhos, até a garagem do prédio de Alexandre.
De acordo com laudo do IC, a fralda foi utilizada para conter o sangue na testa da menina. Posteriormente foi usada uma toalha para limpar Isabella. A dúvida da polícia é saber se ela sofreu a tentativa de asfixia no carro ou no apartamento. Feridas foram vistas dentro da boca da menina, sugerindo que alguém tentou fazer com que ela não gritasse.
A polícia afirma que a madrasta tentou asfixiá-la e o pai a jogou pela janela. Micropartículas de nylon foram achadas na camisa do pai. É o mesmo material da tela de proteção na janela que foi cortada.


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