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Novos depoimentos de pai e madrasta ampliam contradições, afirma polícia
DA REPORTAGEM LOCAL
Para a polícia, as 33 páginas
dos interrogatórios de Alexandre Nardoni e de Anna Carolina
Jatobá estão cheias de contradições, entre o casal e entre o
primeiro depoimento dado por
eles no dia seguinte à morte da
menina Isabella Nardoni.
Grande parte das contradições, ainda segundo a polícia,
foi referente aos horários e o
que se passou desde a chegada
da família à garagem do prédio
até a menina ser encontrada no
jardim. A defesa do casal disse
não haver contradição e que as
declarações foram "uníssonas".
Sobre o sangue de Isabella
encontrado pela perícia do IC
(Instituto de Criminalística) na
cadeira de bebê do carro do pai,
um Ford Ka, e na fralda, os suspeitos disseram desconhecer a
existência de tais manchas.
Ainda segundo policiais que
participam da investigação, a
palavra "desconheço" foi empregada pela madrasta para
responder a tais questionamentos da Polícia Civil e Ministério Público. Alexandre teria
utilizado a frase "não sei explicar o motivo disso".
A polícia afirma que o corte
na testa de Isabella ocorreu antes de sua queda da janela do
sexto andar do edifício London
e pode ter sido provocado por
uma agressão dentro do veículo. A criança pode ter se cortado
ao bater a cabeça na cadeira de
bebê, segundo disse um dos investigadores do 9º Distrito Policial, no Carandiru.
Dentro do automóvel, os peritos recolheram sangue e uma
amostra de fios de cabelo com
bulbo (raiz) de Isabella. Tais
materiais reforçam a tese da
polícia de que ela começou a ser
agredida no trajeto que o carro
fez da casa do pai da madrasta,
em Guarulhos, até a garagem
do prédio de Alexandre.
De acordo com laudo do IC, a
fralda foi utilizada para conter
o sangue na testa da menina.
Posteriormente foi usada uma
toalha para limpar Isabella. A
dúvida da polícia é saber se ela
sofreu a tentativa de asfixia no
carro ou no apartamento. Feridas foram vistas dentro da boca
da menina, sugerindo que alguém tentou fazer com que ela
não gritasse.
A polícia afirma que a madrasta tentou asfixiá-la e o pai a
jogou pela janela. Micropartículas de nylon foram achadas
na camisa do pai. É o mesmo
material da tela de proteção na
janela que foi cortada.
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