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Outro lado
OHL diz que sinalização está sendo retirada
DA REPORTAGEM LOCAL
A Autopista Fernão Dias
(concessionária que é um
dos braços do grupo espanhol OHL) informou que a
pintura no asfalto com tinta
preta é "de uso habitual em
rodovias" no país.
A empresa nega haver norma federal proibindo a prática, mas diz que a sinalização
"está sendo retirada devido
ao processo de recapeamento" da rodovia, desde o ano
passado, quando ela foi concedida à iniciativa privada.
Segundo nota da concessionária, a medida "já era
usada na rodovia antes de a
concessionária assumir a administração do trecho [que
era gerido pelo governo federal]". A empresa afirma que
"foi feita a pintura com tinta
preta nos mesmos locais onde ela já havia sido usada antes e estava desgastada".
A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres, responsável por fiscalizar as concessões de estradas
federais) foi procurada pela
Folha, mas não quis se manifestar sobre o assunto.
A Autopista Fernão Dias
não concedeu entrevista. Em
seu comunicado, a concessionária afirma que a tinta
preta utilizada "está de acordo com a norma 13.699 da
ABNT [Associação Brasileira
de Normas Técnicas]" e que
"não tem nenhuma norma"
no Denatran (Departamento
Nacional de Trânsito) que
proíba a utilização da tinta.
Segundo a ABNT, a tinta
pode estar de acordo com as
normas técnicas do produto,
mas a finalidade utilizada na
Fernão Dias (para camuflar a
sinalização anterior existente) desrespeita a norma
15.405, de 2005, que permite
essa aplicação somente "em
vias locais ou onde não haja
circulação de veículos sobre
a demarcação recoberta".
O Denatran, em nota, informou que a prática adotada pela OHL na rodovia "não
é autorizada" e que a mesma
proibição feita pelo Departamento de Estradas de Rodagem de São Paulo (de não
usar tinta preta para apagar a
sinalização antiga) também
consta do "Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito", só que com "palavras diferentes".
(AI)
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