São Paulo, terça-feira, 20 de abril de 2010

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Brasil tentar evitar morte de brasileiros presos na Indonésia

Instrutor de voo e surfista, detidos por tráfico de drogas, são os únicos cidadãos do Brasil no corredor da morte no mundo

Iniciativa do governo Lula foi acertada em reunião entre ministros da Justiça dos dois países em evento no sábado em Salvador

RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo brasileiro pedirá oficialmente à Indonésia a substituição da pena de morte por pena de prisão para dois brasileiros condenados à punição capital no país asiático.
O compromisso foi acertado no sábado entre os ministros da Justiça dos dois países, Luiz Paulo Barreto e Patrialis Akbar, durante o 12º Congresso das Nações Unidas de Prevenção ao Crime e Justiça Criminal, encerrado ontem em Salvador.
O instrutor de voo Marco Archer Cardoso Moreira, 48, e o surfista Rodrigo Gularte, 37, são os dois únicos cidadãos brasileiros no corredor da morte no mundo, ambos por tráfico internacional de cocaína.
O pedido de troca da pena ocorrerá via Itamaraty. Ao mesmo tempo, instruído por Akbar, o Brasil entrará com recurso na Justiça da Indonésia para reverter a pena de ambos.
Trata-se de uma abertura do governo indonésio, pois Archer não tinha mais chances de reverter na Justiça a condenação. Ele espera resposta ao segundo, e último, pedido de clemência feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao colega Susilo Bambang Yudhoyono.
O argumento do Brasil ao ministro indonésio foi o de que a execução dos brasileiros afetaria seriamente a relação entre os dois países, apurou a Folha.
Embora também no corredor da morte, Gularte tem uma situação menos grave que a de Marco Archer, detido em 2003 com 13,4 kg de cocaína. O caso dele ainda está em fase de apelação. Gularte foi preso em 2004 ao tentar entrar na Indonésia com 6 kg de cocaína.
"Acho excelente. Isso depende do Brasil e do Susilo [presidente da Indonésia]. O Lula tem força, está com a bola cheia", afirmou Archer anteontem à Folha, da prisão de Pasir Putih, onde está preso.
Há 80 detentos no corredor da morte na Indonésia. O país pune o narcotráfico com morte desde 2000. A execução ocorre por meio de fuzilamento.


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