São Paulo, terça-feira, 20 de maio de 2008

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Refém afirma que matou seqüestrador para sair de cativeiro

Empresário de 21 anos disse à polícia que matou um seqüestrador com golpes de machado e que rendeu outros dois criminosos

Segundo o jovem, ele foi seqüestrado no dia 16 em Carapicuíba por um primo de segundo grau e levado para o cativeiro no interior

PABLO SOLANO
DA AGÊNCIA FOLHA

ARTUR RODRIGUES
DO "AGORA"

Um empresário de 21 anos disse à polícia que matou um seqüestrador com golpes de machado para fugir do cativeiro. O caso aconteceu anteontem em Americana (a 133 quilômetros de São Paulo).
Com a arma do criminoso morto, o empresário (cujo nome não é divulgado por segurança) disse ter rendido outros dois seqüestradores, que foram entregues a guardas civis.
Segundo policiais da Delegacia de Investigações Gerais de Americana, a rapaz relatou ter sido rendido às 20h30 da última sexta-feira quando saía da transportadora de seu pai em Carapicuíba (Grande SP).
A abordagem teria sido feita por Nilson de Matos, 52, que é primo em segundo grau da vítima, de acordo com a polícia. Ele teria exigido R$ 200 mil de resgate -o dinheiro não foi pago.
O empresário disse que foi levado de carro para um canavial em Americana, onde permaneceu até a noite de sábado, quando foi transferido para uma casa no bairro Vila Margarida. O local, segundo a polícia, é freqüentado por traficantes.
O rapaz disse à polícia que foi mantido desamarrado e que, por volta das 23h de domingo, percebeu que Robson da Silva Barbosa, 37, cochilava. O empresário disse que encontrou um machado e o atingiu com três golpes na nuca.
Com o revólver tomado de Barbosa, ainda segundo esse relato, o rapaz teria obrigado Gamaliel Carlos Moraes, 41, e Kaline Cantelli Boer, 21, que estavam do lado de fora, a ir com ele até uma delegacia.
Os três seguiram em um Fox de Kaline, com Moraes na direção e o empresário e a mulher no banco traseiro. O grupo foi encontrado por guardas civis. Segundo o guarda Charles Renato da Costa, o seqüestrado gritava por socorro.
O guarda foi com o grupo até o cativeiro. No local, o corpo de Barbosa foi achado com ferimentos na cabeça e no pescoço.
Os dois suspeitos informaram aos guardas civis que mais envolvidos estavam em uma casa nas redondezas. Alexandre de Matos não estava no local, mas sua mulher, Rosivania Maria Scaraente, 29, foi presa. O empresário disse que ela esteve na casa para levar comida.
O delegado Alfredo Luiz Ondas afirmou que o empresário não deve ser indiciado pela morte de Barbosa em virtude das "evidências flagrantes" de legítima defesa.
Alexandre e Nilson de Matos, apontados como mentores do crime, estão foragidos. Os três presos confessaram o crime e foram indiciados sob acusação de extorsão mediante seqüestro, segundo a polícia. Os advogados dos suspeitos não foram localizados pela reportagem.


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