São Paulo, quarta-feira, 20 de maio de 2009

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Tráfico fecha ruas com ônibus e caminhões no Rio

Veículos foram usados por traficantes para montagem de barricadas na tentativa de impedir ação da polícia na favela Vila Cruzeiro

DIANA BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE, NO RIO

Um grupo de traficantes roubou, na manhã de ontem, dois caminhões da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro) e três ônibus da viação Nossa Senhora de Lourdes para bloquear acessos da favela Vila Cruzeiro, na zona norte do Rio. De acordo com a polícia, a ação dos criminosos teve o objetivo de criar barricadas para dificultar o acesso de policiais militares ao local.
Devido ao tumulto, três escolas ficaram fechadas durante todo o dia. Uma outra escola e uma creche funcionaram apenas pela manhã, mas tiveram que suspender as aulas à tarde porque os alunos não foram. Segundo a secretaria municipal de Educação, 2.830 estudantes foram prejudicados.
A Comlurb informou que criminosos armados obrigaram os funcionários da empresa a descer dos veículos e fecharam uma das entradas da comunidade por cerca de 15 minutos. "Eles [funcionários] foram parados por criminosos por pouco tempo e, em seguida, foram liberados. A intenção deles era bloquear as ruas da entrada da comunidade. Eles mandaram os funcionários descerem e manobraram os caminhões", informou a assessoria de imprensa do Comlurb.
Segundo a assessoria, funcionários e os veículos foram liberados minutos após a ação. Ainda de acordo com a Comlurb, os funcionários ficaram assustados com a abordagem dos criminosos, mas depois voltaram a trabalhar normalmente. Ninguém ficou ferido. A empresa também informou que recolhe o lixo de todas as favelas do Rio sem sofrer ameaças de traficantes.
Venda de drogas
Em nota, a Polícia Militar disse que a ação dos criminosos foi feita para impedir a entrada de policiais militares que tentavam prender um traficante nas imediações. Não houve confronto e ninguém foi preso. De acordo com testemunhas, os criminosos ainda expulsaram passageiros e funcionários de três ônibus e levaram os veículos para o interior da favela.
Segundo a PM, os ônibus e caminhões foram retirados pelos próprios motoristas. O governador Sérgio Cabral (PMDB) disse, em entrevista coletiva, que os ataques eram "uma reação dos traficantes de drogas ao trabalho de pacificação das comunidades".

Colaborou ANDRÉ ZAHAR, da Sucursal do Rio.



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