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PENITENCIÁRIAS
Presos que já foram condenados seriam transferidos para navios desativados na baía de Guanabara
Navio-presídio pode diminuir superlotação
GABRIELA MICHELOTTI
enviada especial ao Rio
O secretário de Segurança Pública do Rio, coronel Noaldo Alves,
sugeriu ontem a criação de presídios flutuantes em navios desativados na baía de Guanabara.
Presos já condenados que permanecem em delegacias seriam
transferidos para os "navios-presídios". Isso diminuiria a superlotação das delegacias do Estado.
A declaração foi dada em entrevista coletiva ontem, quando o secretário comentou a fuga, anteontem, de 49 detentos da 31ª DP (Delegacia Policial), em Ricardo de
Albuquerque (zona norte). A delegacia, que tem capacidade para
100 presos, abrigava 346.
"As ONGs poderiam ajudar
com os recursos para criar esses
presídios", sugeriu o secretário.
O Rio tem cerca de 7.600 presos
em delegacias. Muitos deles já foram condenados, mas aguardam
vagas em presídios para serem
transferidos. Na 31ª DP, 90 dos detentos já estavam condenados.
"Policiais que deveriam estar
investigando se transformaram
em carcereiros." Ele diz que, apesar de o Desipe (Departamento do
Sistema Penitenciário) ter criado
novas vagas, estas não foram suficientes para diminuir a superlotação das delegacias.
Para o diretor-geral do Desipe,
José Afonso Barreto de Macedo, a
idéia é inviável a curto prazo.
"Há experiências de presídios
flutuantes no exterior, mas o custo de treinamento especializado, a
adaptação dos navios e de remanejamento de pessoal da terra para o mar é muito alto."
Macedo acredita que a construção de cadeias públicas em imóveis do Estado seria uma alternativa mais barata.
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