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Arma seria usada em plano de fuga, diz juíza
DA SUCURSAL DO RIO
A encomenda de um míssil
Stinger pelo grupo de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho
Beira-Mar, está relacionada a um
plano de fuga de Bangu 1, presídio
fluminense considerado de segurança máxima, avalia a juíza Sônia Maria Garcia Gomes Pinto.
Foi ela quem autorizou as escutas telefônicas e determinou a
busca em Bangu. Para ela, o alvo
do míssil seria o prédio.
Uma frase de Marcos Marinho
dos Santos, o Chapolim, após encomendar o Stinger a seu interlocutor, em uma conversa telefônica gravada pela PF (Polícia Federal), permitiu essa interpretação:
"É papo de ir embora, é papo de ir
embora", o que sugere um plano
de fuga do presídio.
O Stinger é um míssil antiaéreo,
capaz de abater um avião de caça
voando a velocidades supersônicas. Ele tem um alcance de 5 km e
atinge a velocidade de 2.000 km/h.
Um avião de passageiros ou um
helicóptero seriam alvos do Stinger, mas não um ponto fixo, como
um presídio.
Encomenda
No diálogo captado pela escuta
da PF, o interlocutor de Chapolim
é um homem que se identifica como Rubinho, de São Paulo. Ele
oferece a Chapolim uma central
de comunicação de última geração, que "só terrorista do Líbano é
que tem". "Nem Jesus Cristo rastreia você", diz o vendedor.
Homem de confiança de Beira-Mar, Chapolim pergunta, então,
pelo Stinger. Rubinho não sabe
do que se trata e pensa que é uma
pessoa. Chapolim insiste e pede
que Rubinho pergunte a seus fornecedores sobre o Stinger, "aquele que a Al Qaeda estava usando"
[referência ao grupo terrorista de
Osama bin Laden].
Rubinho diz então que vai cuidar do caso, mas ainda não sabe
do que se trata: "É comunicação
também, né?" Chapolim diz que
não, que se trata de outra coisa,
sem dizer o quê. Só aí Rubinho
entende e promete encomendar
um a seus supostos contatos no
exterior.
Polícia Federal
O diretor da Divisão de Entorpecentes da PF, delegado Getúlio
Bezerra, disse ontem que a corporação está investigando a encomenda do míssil Stinger por Chapolim, a mando de Beira-Mar.
Bezerra afirmou que a PF já investigava o interesse de Beira-Mar
em comprar a arma quando recebeu uma solicitação do Ministério
Público do Estado do Rio para fazer as interceptações telefônicas
nas conversas do traficante.
O delegado não revelou detalhes da apuração.
"A quadrilha de Fernandinho Beira-Mar é alvo permanente de
investigações. Enquanto ele [Beira-Mar] estiver vivo e continuar
no tráfico, vamos acompanhá-lo. Eu só falo de trabalhos concluídos", declarou.
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