São Paulo, quinta-feira, 20 de junho de 2002

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SEGURANÇA

Dois supostos traficantes morreram durante troca de tiros com a PM no mesmo local onde Tim Lopes desapareceu

Tiroteio deixa dois mortos em morro no Rio

TALITA FIGUEIREDO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Dois supostos traficantes morreram durante uma troca de tiros com uma equipe da PM (Polícia Militar) na Vila Cruzeiro (zona norte do Rio), no início da noite de ontem. Moradores da favela, comandados por traficantes, incendiaram seis ônibus e apedrejaram uma ambulância do Corpo de Bombeiros que estava no local.
Foi na favela Vila Cruzeiro, que fica no complexo do Alemão, que o jornalista Tim Lopes, da Rede Globo, desapareceu no dia 2 de junho, quando fazia reportagem sobre um baile funk. Lopes foi morto por traficantes do complexo naquele mesmo dia, segundo apurou a polícia.
De acordo com a PM, o confronto com os traficantes começou no final da tarde, quando olheiros da quadrilha da Vila Cruzeiro avistaram uma patrulha do 16º BPM (Batalhão de Polícia Militar) em ronda pela região.
Iniciada em seguida, a troca de tiros deixou dois homens feridos. Eles não resistiram aos ferimentos e morreram ao chegar ao Hospital Getúlio Vargas (Penha, zona norte). A PM informou que os homens integravam o bando de traficantes do complexo.

Elias Maluco
Orientados por criminosos da favela, cuja quadrilha é comandada por Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, da facção CV (Comando Vermelho), moradores do complexo do Alemão, às 20h, atearam fogo em três ônibus que passavam por um dos acessos ao morro. Ninguém ficou ferido, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Rio.
Para evitar que mais ônibus fossem destruídos, os policiais do 16º BPM (Olaria, zona norte) pediram apoio a outras unidades.
A Polícia Militar enviou ao complexo do Alemão equipes de reforço do 22º BMP (Benfica, zona norte) e do Getam (Grupamento Tático-Móvel).
De acordo com a PM, o tumulto na Vila Cruzeiro foi controlado por volta das 21h30. A PM informou que foram apreendidos com os traficantes um revólver, uma granada e uma quantidade de drogas que não tinha sido divulgada até o fechamento desta edição. Não houve prisões.
A PM não soube informar se Elias Maluco participou do tiroteio e do quebra-quebra. Ele está desaparecido desde a morte do jornalista da TV Globo. A Secretaria de Segurança suspeita que Elias Maluco pode ter fugido para outro Estado.
O serviço Disque-Denúncia, de apoio às ações da secretaria, oferece recompensa de R$ 50 mil a quem dê informações que levem à captura do criminoso.



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