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Crise no DF volta a causar caos em aeroportos
FAB disse que contornou o problema, no Cindacta-1, no início da noite; houve atrasos e cancelamentos em SP, Rio e Minas
Para a Aeronáutica, ocorreu uma operação-padrão; controladores de vôo negam e culpam mau estado dos equipamentos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma nova crise no Cindacta-1 (centro de controle de tráfego
aéreo), de Brasília, voltou a provocar, ontem, atrasos e cancelamentos de vôos nos principais aeroportos do país e fez os
passageiros reviverem os dias
de filas e falta de informação. A
FAB anunciou ter contornado
o problema no começo da noite, mas os atrasos persistiam
até a conclusão desta edição.
Os aeroportos de São Paulo,
Rio e Belo Horizonte foram os
mais afetados.
O pivô da nova crise foram os
equipamentos utilizados pelos
controladores de vôo. Sob a alegação de que as máquinas estão
ultrapassadas, os controladores de Brasília adotaram "medidas restritivas ao tráfego aéreo" para "não colocar em risco
a vida dos passageiros", segundo nota divulgada pela Febracta (Federação Brasileira das
Associações de Controladores
de Tráfego Aéreo).
Também em nota, a FAB informou à noite que os controladores de Brasília que cuidam do
setor São Paulo apontaram, por
volta das 17h, problemas em
dois consoles de trabalho.
Segundo a Aeronáutica, os
equipamentos foram trocados,
embora a Divisão Técnica entendesse que os consoles podiam continuar sendo usados.
Enquanto a troca era feita, no
entanto, foi necessário aumentar o espaçamento entre as aeronaves, segundo a FAB.
A Folha apurou que a Aeronáutica considerou que houve
uma operação-padrão dos operadores em reação às informações não confirmadas de que o
IPM (Inquérito Policial Militar) sobre o motim de 30 de
março iria punir mais do que os
seis controladores previstos.
Essa informação ganhou força ontem com a decisão do comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, de prorrogar por
mais 20 dias o prazo de conclusão do IPM.
A Febracta negou a operação-padrão e atribuiu os problemas do Cindacta-1 ao "desgaste natural dos equipamentos". "Os monitores usados pelos controladores para visualizar e posteriormente instruir
as aeronaves possuem uma vida útil média de seis a sete
anos. Os mesmos encontram-se em uso há pelo menos dez
anos", diz a nota.
No começo da noite, antes de
confirmar a troca dos consoles
do controle do espaço aéreo
pelos que estavam em uso na
sala que controla a defesa aérea, próxima ao Cindacta-1, a
FAB informou que os técnicos
trabalhavam "para apurar se as
irregularidades reportadas pelos controladores [nos consoles] de fato existem".
Para a Aeronáutica, a estratégia dos operadores passaria
por solicitar várias vezes ao dia
ajustes nas telas dos consoles.
Durante o tempo em que os
equipamentos estão em manutenção, não há permissão para
que os aviões daquele setor decolem ou aterrissem, o que
provoca atraso nos vôos.
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