São Paulo, quarta-feira, 20 de junho de 2007

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Crise no DF volta a causar caos em aeroportos

FAB disse que contornou o problema, no Cindacta-1, no início da noite; houve atrasos e cancelamentos em SP, Rio e Minas

Para a Aeronáutica, ocorreu uma operação-padrão; controladores de vôo negam e culpam mau estado dos equipamentos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma nova crise no Cindacta-1 (centro de controle de tráfego aéreo), de Brasília, voltou a provocar, ontem, atrasos e cancelamentos de vôos nos principais aeroportos do país e fez os passageiros reviverem os dias de filas e falta de informação. A FAB anunciou ter contornado o problema no começo da noite, mas os atrasos persistiam até a conclusão desta edição.
Os aeroportos de São Paulo, Rio e Belo Horizonte foram os mais afetados.
O pivô da nova crise foram os equipamentos utilizados pelos controladores de vôo. Sob a alegação de que as máquinas estão ultrapassadas, os controladores de Brasília adotaram "medidas restritivas ao tráfego aéreo" para "não colocar em risco a vida dos passageiros", segundo nota divulgada pela Febracta (Federação Brasileira das Associações de Controladores de Tráfego Aéreo).
Também em nota, a FAB informou à noite que os controladores de Brasília que cuidam do setor São Paulo apontaram, por volta das 17h, problemas em dois consoles de trabalho.
Segundo a Aeronáutica, os equipamentos foram trocados, embora a Divisão Técnica entendesse que os consoles podiam continuar sendo usados.
Enquanto a troca era feita, no entanto, foi necessário aumentar o espaçamento entre as aeronaves, segundo a FAB.
A Folha apurou que a Aeronáutica considerou que houve uma operação-padrão dos operadores em reação às informações não confirmadas de que o IPM (Inquérito Policial Militar) sobre o motim de 30 de março iria punir mais do que os seis controladores previstos.
Essa informação ganhou força ontem com a decisão do comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, de prorrogar por mais 20 dias o prazo de conclusão do IPM.
A Febracta negou a operação-padrão e atribuiu os problemas do Cindacta-1 ao "desgaste natural dos equipamentos". "Os monitores usados pelos controladores para visualizar e posteriormente instruir as aeronaves possuem uma vida útil média de seis a sete anos. Os mesmos encontram-se em uso há pelo menos dez anos", diz a nota.
No começo da noite, antes de confirmar a troca dos consoles do controle do espaço aéreo pelos que estavam em uso na sala que controla a defesa aérea, próxima ao Cindacta-1, a FAB informou que os técnicos trabalhavam "para apurar se as irregularidades reportadas pelos controladores [nos consoles] de fato existem".
Para a Aeronáutica, a estratégia dos operadores passaria por solicitar várias vezes ao dia ajustes nas telas dos consoles. Durante o tempo em que os equipamentos estão em manutenção, não há permissão para que os aviões daquele setor decolem ou aterrissem, o que provoca atraso nos vôos.


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