DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO

Selecionada para ter a casa como modelo do projeto Cimento Social, no morro da Providência, a dona-de-casa Fabiana de Melo, 27, diz ter gasto R$ 8.500 para "consertar o estrago" feito pelas obras, iniciadas em julho de 2007. Insatisfeita, ela decidiu arrumar a casa por conta própria.
"No final de setembro, mandei todo mundo embora." Ela criticou o senador Marcelo Crivella, autor do projeto. "Ele disse que ia fazer uma coisa e fez outra", reclama.
Até a conclusão desta edição, o Exército não havia respondido às queixas -e o senador não quis dar entrevista.
Segundo ela, em 2007, o senador teria prometido manter a laje da casa, na época de um andar. Não foi o que ocorreu. Após erguerem o segundo andar, os operários começaram o telhado. Ela não gostou -pouco depois, mandou o grupo embora. Melo diz, por exemplo, que teve que construir as paredes internas do segundo andar, "porque tinham deixado um cômodo só".
Agora, o segundo andar abriga dois quartos, um banheiro e uma cozinha e tem uma escada para a laje. O primeiro andar, com divisão de cômodos parecida, foi alugado.
Melo, que mora no local com dois filhos, diz ter gasto R$ 5.000 com material e R$ 3.500 com mão-de-obra.

Aprovação
Na casa ao lado, a primeira beneficiada pelo projeto Cimento Social na Providência, a situação é oposta. Júlia Xavier de Jesus dos Santos, 75, diz que agradece todos os dias pela reforma na casa, a de número 16 da rua Irene.
"Deus é tão bom que enviou o Crivella para cá", diz Santos, que divide a casa com o marido, pastor da Assembléia de Deus "encostado" pelo INSS por problemas de saúde.
"Tinha muita vontade de ajeitar a laje de casa, mas não tinha como fazer", afirma. "Quando o Crivella veio para cá, pedi que ele me ajudasse."
Segundo ela, a obra começou em junho do ano passado. Paredes com amplas janelas foram erguidas na laje, que ganhou também um telhado. "Ficou ótimo", diz. "Agora tenho três andares. E também pintaram o lado de fora da casa, ficou lindo."


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