São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 2008

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Estado dá reajuste de até 12% para professor

Aumento salarial foi anunciado no quarto dia de greve da categoria, que decide hoje se interrompe ou não a paralisação

Governo diz que medida estava em estudo desde março e não tem ligação com a greve; último reajuste foi concedido em 2005

CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Secretaria de Estado da Educação de São Paulo anunciou ontem um reajuste de até 12% aos professores da rede, que estão em greve desde segunda. Hoje, às 14h, a categoria decide em assembléia no vão livre do Masp, na avenida Paulista, se interrompe a paralisação.
O aumento salarial não era a principal reivindicação da categoria quando começou o protesto. Eles reclamavam principalmente de um decreto publicado no mês passado pelo governador José Serra (PSDB) que impõe limites às transferências de profissionais e provas aos professores temporários para determinar quem terá preferência para assumir turmas no início do ano.
A secretária Maria Helena Guimarães de Castro afirmou ontem, em reunião com representantes da categoria, que aceita avaliar propostas formais de alteração do decreto.
O governo nega que o reajuste tenha sido concedido em decorrência da paralisação e diz que estudava a medida desde março. Segundo dados da Secretaria da Educação, a adesão à greve foi de apenas 2% -número que seria inclusive menor do que a média de ausências durante o ano, que chega a 10%.
A Apeoesp (sindicato da categoria) afirma que cerca de 70% dos professores não estão trabalhando. Para o presidente da entidade, Carlos Ramiro, o aumento só foi concedido por causa do protesto. "Não tenho dúvida nenhuma, faz três anos que eles não falam de aumento e, exatamente agora, aparecem com uma proposta", diz.
Para ele, o reajuste ainda é pequeno. "O certo seria 50%. Se vão aceitar 12%, vamos descobrir na assembléia."
Segundo ele, a entidade espera cerca de 40 mil professores na avenida Paulista. Após a votação, eles farão passeata até a Secretaria da Educação, na Praça da República, no centro.
O governo José Serra nunca concedeu aumento aos professores. O último reajuste foi dado pelo ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), em 2005, após uma série de protestos com passeatas que causaram prejuízos ao trânsito em pleno ano eleitoral. Desde então, a inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) foi de 13,6%.

Valores
Com o reajuste anunciado, o salário básico de um professor que trabalha 40 horas semanais em salas de aula de 1ª a 4ª série passa, segundo o governo, de R$ 1.166,83 para R$ 1.309,17. O aumento será para profissionais ativos e aposentados.
Diretores e supervisores de escola também terão um aumento, respectivamente de 11% e 10%. Eles tiveram o último reajuste no ano passado.
Em Campinas (95 km de SP), os grevistas fizeram ontem uma passeata no centro da cidade. A manifestação reuniu cerca de 300 professores, segundo a Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas) e afetou o trânsito.
O número de escolas sem aulas ontem na região chegou a 65%, na avaliação da Apeoesp.
O sindicato informou que pelo menos 20 ônibus com professores sairão hoje de Campinas para participar da assembléia em São Paulo.


Colaborou a Agência Folha


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