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Estado dá reajuste de até 12% para professor
Aumento salarial foi anunciado no quarto dia de greve da categoria, que decide hoje se interrompe ou não a paralisação
Governo diz que medida estava em estudo desde março e não tem ligação com a greve; último reajuste foi concedido em 2005
CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A Secretaria de Estado da
Educação de São Paulo anunciou ontem um reajuste de até
12% aos professores da rede,
que estão em greve desde segunda. Hoje, às 14h, a categoria
decide em assembléia no vão livre do Masp, na avenida Paulista, se interrompe a paralisação.
O aumento salarial não era a
principal reivindicação da categoria quando começou o protesto. Eles reclamavam principalmente de um decreto publicado no mês passado pelo governador José Serra (PSDB)
que impõe limites às transferências de profissionais e provas aos professores temporários para determinar quem terá
preferência para assumir turmas no início do ano.
A secretária Maria Helena
Guimarães de Castro afirmou
ontem, em reunião com representantes da categoria, que
aceita avaliar propostas formais de alteração do decreto.
O governo nega que o reajuste tenha sido concedido em decorrência da paralisação e diz
que estudava a medida desde
março. Segundo dados da Secretaria da Educação, a adesão
à greve foi de apenas 2% -número que seria inclusive menor
do que a média de ausências
durante o ano, que chega a 10%.
A Apeoesp (sindicato da categoria) afirma que cerca de 70%
dos professores não estão trabalhando. Para o presidente da
entidade, Carlos Ramiro, o aumento só foi concedido por
causa do protesto. "Não tenho
dúvida nenhuma, faz três anos
que eles não falam de aumento
e, exatamente agora, aparecem
com uma proposta", diz.
Para ele, o reajuste ainda é
pequeno. "O certo seria 50%. Se
vão aceitar 12%, vamos descobrir na assembléia."
Segundo ele, a entidade espera cerca de 40 mil professores
na avenida Paulista. Após a votação, eles farão passeata até a
Secretaria da Educação, na Praça da República, no centro.
O governo José Serra nunca
concedeu aumento aos professores. O último reajuste foi dado pelo ex-governador Geraldo
Alckmin (PSDB), em 2005,
após uma série de protestos
com passeatas que causaram
prejuízos ao trânsito em pleno
ano eleitoral. Desde então, a inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) foi de 13,6%.
Valores
Com o reajuste anunciado, o
salário básico de um professor
que trabalha 40 horas semanais em salas de aula de 1ª a 4ª
série passa, segundo o governo,
de R$ 1.166,83 para R$ 1.309,17.
O aumento será para profissionais ativos e aposentados.
Diretores e supervisores de
escola também terão um aumento, respectivamente de
11% e 10%. Eles tiveram o último reajuste no ano passado.
Em Campinas (95 km de SP),
os grevistas fizeram ontem
uma passeata no centro da cidade. A manifestação reuniu
cerca de 300 professores, segundo a Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de
Campinas) e afetou o trânsito.
O número de escolas sem aulas ontem na região chegou a
65%, na avaliação da Apeoesp.
O sindicato informou que pelo menos 20 ônibus com professores sairão hoje de Campinas para participar da assembléia em São Paulo.
Colaborou a Agência Folha
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