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Falta regra para ação de agentes, diz pesquisadora
DA SUCURSAL DO RIO
A ação dos agentes infiltrados possui poucas regras em
todo o mundo, afirma Mariângela Lopes, pesquisadora
da USP que analisou a legislação em sete países. Para
ela, a falta de regulamentação se deve ao fato de a prática ser relativamente nova,
iniciada na década de 80.
Na maioria dos países, cabe aos juízes definir o "alcance" da infiltração, ou seja,
quais crimes poderão ser cometidos pelo agente. Segundo Mariângela, os legisladores deixam a decisão para o
juiz para não ter que inserir
na lei regras que possam ferir
garantias constitucionais.
"É uma prática de difícil
regulação porque muitas vezes ofende garantias básicas", afirma.
Para ela, os direitos ameaçados pela prática são a privacidade e a moralidade da
administração pública.
Na opinião de Mariângela,
Portugal, que em 2002 criou
uma lei específica para a prática, é o país que melhor define regras para infiltrados.
Embora tenha reservas sobre o método, ela considera
melhor regulamentar a prática do que ignorá-la. "É melhor trabalhar para buscar
equilíbrio entre a eficiência
da investigação e as garantias
constitucionais", diz a pesquisadora.
(ITALO NOGUEIRA)
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