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Assembleia vota admissão de 80 mil docentes
Projeto de lei enviado pelo governo de São Paulo aos deputados visa substituir os professores temporários da rede
Outro projeto em tramitação prevê a contratação de mais 10 mil docentes, o que somaria 90 mil contratações; sindicato elogia medida
VINÍCIUS SEGALLA
DO "AGORA"
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A Assembleia paulista deve
votar na próxima semana, entre terça e quarta, o projeto da
gestão Serra para a contratação
de 80 mil professores.
As contratações devem ocorrer no transcorrer de dois anos
e pretendem substituir os professores temporários (não concursados). A rede estadual de
ensino possui atualmente 215
mil docentes, sendo que cerca
de 80 mil são temporários -os
números variam mês a mês.
Os temporários são apontados pelo governo com um dos
motivos para a baixa qualidade
da educação no Estado.
Com as contratações, o Estado utilizaria os professores não
concursados apenas nos casos
de emergências, como substituição de licenciados.
O sindicato dos professores
estaduais elogiou o aumento de
vagas na rede.
O sinal verde para a ampliação foi dado ontem. Anteontem, o governador José Serra
(PSDB) encaminhou à Assembleia um aditivo de 30 mil vagas
ao seu projeto anterior -que
previa 50 mil contratações.
O projeto que aumenta o total de vagas no ensino paulista
atende a pedido da oposição e
deve facilitar sua aprovação.
Outro projeto em tramitação
na Casa prevê a contratação de
mais 10 mil docentes -para
concurso ainda neste ano. Somando as duas propostas, serão
90 mil docentes contratados.
A gestão Serra também alterou, há duas semanas, o prazo
máximo de permanência do
temporário na função no cargo.
A previsão inicial era de um
ano, mas a medida estendeu o
prazo para dois anos. Em maio,
os professores ameaçaram entrar em greve contra o projeto
que limitava o prazo no cargo.
Especialistas em administração pública criticavam o tempo
limitado para a contratação de
professores temporários.
A maioria dos professores da
rede estadual que trabalham
atualmente como temporários
não perderá o emprego porque
ganharam estabilidade pelo
tempo de trabalho.
Somente os docentes que ingressaram na carreira após
2007 devem ser afetados. Em
princípio, porém, devem permanecer mais dois anos.
Depois disso, entram numa
"quarentena" de 200 dias até
estarem aptos a concorrer a um
cargo público novamente.
A ampliação do prazo tem como objetivo reduzir a rotatividade excessiva de mão-de-obra
nas escolas, o que seria nocivo
ao processo de aprendizagem,
afirma a Secretaria de Estado
da Educação.
"A rotatividade atrapalha o
processo pedagógico", afirma
Maria Isabel Noronha, presidente da Apeoesp (sindicato
dos professores).
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