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7 ações contestam salário de servidor em site
TJ e juiz de 1ª instância proíbem Prefeitura de SP de divulgar na internet pagamentos a funcionários de educação; cabe recurso
Já foram indeferidos 2 dos
7 processos iniciados desde quarta-feira, todos de entidades ligadas aos funcionários municipais
DA REPORTAGEM LOCAL
Em quatro dias de operação
do portal De Olho nas Contas,
da Prefeitura de São Paulo, a
Justiça já recebeu sete ações
contra a divulgação dos salários
de servidores municipais na internet. Todas são de entidades
ligadas aos funcionários.
Ontem, o TJ (Tribunal de
Justiça) determinou que a gestão Gilberto Kassab (DEM) tire
do site a lista de salários dos
funcionários da área de educação. Anteontem, o mesmo tribunal havia permitido a publicação da lista salarial de todos
os cerca de 162 mil funcionários municipais. Cabe recurso
das duas decisões.
Até o início da noite de ontem a prefeitura não havia retirado os dados sob a alegação de
que não fora notificada, embora o TJ informe, em seu site,
que ela foi informada por fax.
A liminar foi emitida pelo desembargador Ivan Sartori a pedido do Sinesp (Sindicato dos
Especialistas de Educação do
Ensino Público Municipal).
Foi a segunda decisão que beneficiou os servidores da educação. Anteontem o juiz Ronaldo Fringini, da 1ª Vara da Fazenda Pública, ordenou a retirada dos salários dos funcionários da área em ação movida pelo Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação).
A Fasp-PMSP (federação das
entidades de servidores) entrou com a primeira ação, na
quarta-feira, conseguindo liminar para retirar toda a lista salarial do ar. A decisão acabou
revogada pelo presidente do
TJ, Roberto Vallim Bellocchi.
Duas ações, movidas pelo Sedin (Sindicato dos Trabalhadores na Educação Infantil) e pela
Aprofem (Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais) já foram indeferidas pelo
TJ. A ação do Sindsep (Sindicato dos Servidores Municipais)
ainda está em análise.
A Aprofem também entrou
com outra ação, que tramita na
12ª Vara da Fazenda Pública.
A prefeitura montou um grupo de procuradores para recorrer de todas as medidas judiciais contra a decisão de Kassab
de divulgar os salários. O despacho do presidente do TJ, que
manteve os dados no ar evocando os princípios da moralidade e da transparência administrativa, é visto como trunfo.
Já os sindicatos argumentam
que a publicação fere o direito à
privacidade e à segurança dos
servidores ao expor os valores
recebidos. As entidades ainda
apontam erros e falhas nas listas divulgadas.
"A remuneração bruta expõe
os servidores porque distorce
uma realidade. Ninguém lembra que sobre esses valores que
eles estão divulgando ainda incidem descontos e que os servidores não recebem isso", afirmou Ismael Nery Palhares Junior, presidente da Aprofem.
Para ele, a exposição dos servidores "tem conotação política
e eleitoral, de jogar para a torcida". "O ganho político ele [Kassab] já tem. A cada dia que isso
fica na internet ele vai ganhando pontos e vai dizer que queria
deixar, mas as entidades não
querem, como se fosse um corporativismo, não uma questão
de segurança dos servidores."
(EVANDRO SPINELLI e ALENCAR IZIDORO)
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