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PM sai da USP na segunda, diz reitoria
Decisão foi tomada após funcionários grevistas decidirem suspender os piquetes, pelo menos em dias de negociação
Saída dos policiais militares, no entanto, pode não ser definitiva, mas dependerá do andamento das negociações, que começam na segunda
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A reitoria da USP afirmou
ontem que a Polícia Militar deixará, na segunda-feira, a Cidade Universitária (zona oeste de
SP). A decisão foi tomada depois que funcionários, em greve
desde 5 de maio, decidiram
suspender os piquetes -que tinham como objetivo fechar as
portas de oito prédios da USP,
incluindo o da reitoria.
A saída dos policiais, no entanto, pode não ser definitiva,
já que os manifestantes dizem
que os piquetes só serão suspensos em dias de negociação.
"Se a negociação for segunda
e quarta, por exemplo, na terça
faremos o piquete", disse Magno de Carvalho, diretor de base
do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP).
Os piquetes eram o último
impasse para a retomada das
negociações entre grevistas de
USP, Unesp e Unicamp e as reitorias das três universidades.
Por causa dos bloqueios aos
prédios, a PM ocupa a USP desde o começo do mês para cumprir um mandado de reintegração de posse pedido pela reitora Suely Vilela. Em resposta à
entrada da PM, parte dos professores e estudantes da USP
decidiu aderir à greve em 5 de
junho. Eles pedem ainda que a
reitora deixe o cargo.
As negociações haviam chegado a um impasse: os grevistas
afirmavam que não as retomariam enquanto a PM estivesse
no campus; a reitora dizia que
os policiais só sairiam quando
os piquetes terminassem.
No dia 9, após um ato na
USP, PMs entraram em confronto com alunos e servidores,
deixando dez feridos.
Ontem, o Cruesp (Conselho
de Reitores das Universidades
Estaduais Paulistas) confirmou que a negociação com o
Fórum das Seis -entidade que
representa alunos, funcionários e professores das três universidades- está marcada para
segunda, às 14h.
Reivindicações
Entre as reivindicações dos
grevistas, estão reajuste salarial
maior e a readmissão do sindicalista Claudionor Brandão.
O diretor de base do sindicato voltou ontem a defender os
piquetes, dizendo que eles são
necessários para evitar que os
trabalhadores em greve sejam
obrigados pelos chefes a retornar ao serviço. "Eles ligam
ameaçando, dizendo que o prédio está aberto e que, se os trabalhadores não voltarem, podem sofrer consequências."
A assessoria de imprensa da
reitoria afirmou que não há como verificar a veracidade das
informações, porque não há
nenhuma reclamação de trabalhadores em greve contra os supostos assédios dos patrões.
Com a presença da PM no
campus -pela primeira vez no
dia 1º de junho e permanentemente a partir do dia 3-, os
manifestantes iam até as portas
dos prédios diariamente, mas
não conseguiam bloqueá-las.
O Sintusp afirmava, no entanto, que, no momento em
que os policias saíssem, as portas seriam bloqueadas de novo.
Para segunda-feira, dia da
negociação, os grevistas da USP
marcaram um novo ato em
frente à reitoria. A manifestação deve contar também com a
presença de grevistas da Unesp
e da Unicamp.
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