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Para diretores e ex-reitores da USP, "greve é violenta"
Moção assinada por 45 dirigentes critica a invasão do prédio da reitoria
Oito ex-reitores fizeram outro documento, em que falam em repulsa à escalada de violência promovida pela minoria
TALITA BEDINELLI
DE SÃO PAULO
Quarenta e cinco diretores
de unidades de ensino, museus e institutos da USP assinaram um documento em
que criticam a "violência" da
recente greve dos servidores
da universidade.
Ao mesmo tempo, oito ex-reitores também fizeram um
manifesto "de repulsa à escalada de violência promovida
por uma minoria que prega a
desordem, arrogando-se pretensa representatividade da
comunidade da USP".
Os funcionários estão paralisados desde 5 de maio por
um reajuste dado aos professores no início do ano. No dia
8, eles invadiram a reitoria da
universidade quebrando
portas em protesto contra o
corte de salários de mil servidores. Antes disso, já realizavam piquetes no prédio, impedindo a entrada de trabalhadores.
Os diretores se dizem preocupados com "ações condenáveis como atos de violência, invasão de prédio, depredação do patrimônio público
e impedimento de acesso ao
trabalho". Afirmam reconhecer "o direito de greve nos limites estabelecidos pela lei"
e conclamam a comunidade
da USP a buscar soluções pacíficas para a questão.
O documento foi assinado
por quase todos os institutos
e faculdades dos campi da
USP. Seis não assinaram, entre eles os diretores da FAU
(Faculdade de Arquitetura) e
da Faculdade de Educação,
que não foram localizados,
segundo Flávio Coelho, diretor do Instituto de Matemática e Estatística, que organizou a manifestação.
O manifesto dos reitores
foi assinado pelos oito ex-reitores vivos da USP: Suely Vilela, Adolfo José Melfi, Jacques Marcowitch, Flavio Fava de Moraes, Roberto Leal
Lobo e Silva, José Goldemberg, Waldyr Muniz Oliva e
Helio Guerra Vieira.
No texto, dizem que "a truculência das manifestações
repetidas nos últimos anos se
mostra tanto maior quanto
menor a representatividade
dos que a promovem".
Eles afirmam ainda que a
"violência antidemocrática
de hoje", não difere "dos
atentados à liberdade cometidos pelo regime autoritário
no passado". E dizem ainda
que apoiam a "adoção de
medidas legais" para pôr fim
à atual situação.
Amanhã, os grevistas devem se reunir com a reitoria
da universidade para discutir
nova proposta de reajuste.
Eles decidiram no final da semana reduzir o pedido de aumento de 6% para 5%.
FOLHA.com
Leia os documentos na
íntegra
www.folha.com.br/sa753529
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