São Paulo, domingo, 20 de junho de 2010

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Para diretores e ex-reitores da USP, "greve é violenta"

Moção assinada por 45 dirigentes critica a invasão do prédio da reitoria

Oito ex-reitores fizeram outro documento, em que falam em repulsa à escalada de violência promovida pela minoria

TALITA BEDINELLI
DE SÃO PAULO

Quarenta e cinco diretores de unidades de ensino, museus e institutos da USP assinaram um documento em que criticam a "violência" da recente greve dos servidores da universidade.
Ao mesmo tempo, oito ex-reitores também fizeram um manifesto "de repulsa à escalada de violência promovida por uma minoria que prega a desordem, arrogando-se pretensa representatividade da comunidade da USP".
Os funcionários estão paralisados desde 5 de maio por um reajuste dado aos professores no início do ano. No dia 8, eles invadiram a reitoria da universidade quebrando portas em protesto contra o corte de salários de mil servidores. Antes disso, já realizavam piquetes no prédio, impedindo a entrada de trabalhadores.
Os diretores se dizem preocupados com "ações condenáveis como atos de violência, invasão de prédio, depredação do patrimônio público e impedimento de acesso ao trabalho". Afirmam reconhecer "o direito de greve nos limites estabelecidos pela lei" e conclamam a comunidade da USP a buscar soluções pacíficas para a questão.
O documento foi assinado por quase todos os institutos e faculdades dos campi da USP. Seis não assinaram, entre eles os diretores da FAU (Faculdade de Arquitetura) e da Faculdade de Educação, que não foram localizados, segundo Flávio Coelho, diretor do Instituto de Matemática e Estatística, que organizou a manifestação.
O manifesto dos reitores foi assinado pelos oito ex-reitores vivos da USP: Suely Vilela, Adolfo José Melfi, Jacques Marcowitch, Flavio Fava de Moraes, Roberto Leal Lobo e Silva, José Goldemberg, Waldyr Muniz Oliva e Helio Guerra Vieira.
No texto, dizem que "a truculência das manifestações repetidas nos últimos anos se mostra tanto maior quanto menor a representatividade dos que a promovem".
Eles afirmam ainda que a "violência antidemocrática de hoje", não difere "dos atentados à liberdade cometidos pelo regime autoritário no passado". E dizem ainda que apoiam a "adoção de medidas legais" para pôr fim à atual situação.
Amanhã, os grevistas devem se reunir com a reitoria da universidade para discutir nova proposta de reajuste. Eles decidiram no final da semana reduzir o pedido de aumento de 6% para 5%.

FOLHA.com
Leia os documentos na íntegra
www.folha.com.br/sa753529


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