DA REPORTAGEM LOCAL

Diferentemente do que funcionários grevistas da USP (Universidade de São Paulo) previam, a reitoria da universidade decidiu por enquanto não executar a ordem judicial que determinou a reintegração de posse (com apoio da Polícia Militar) das unidades da administração central, bloqueadas por piquetes há 54 dias.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), para tentar evitar conflitos na reintegração dos prédios da USP, que estava sendo esperada na manhã de ontem, esteve no campus da Cidade Universitária (zona oeste de SP) para mediar a negociação entre reitoria e grevistas. O resultado foi uma conversa informal entre representantes da reitoria e funcionários em greve e o aceno de que o reitor receberá o sindicato hoje para uma conversa.
"Como decidimos que haveria resistência, para nos tirar de lá teria de haver pancadaria, o que seria desastroso para o reitor", avalia Magno de Carvalho, presidente do Sintusp, o sindicato dos funcionários da USP. "A reitoria, então, recuou. A greve só vai acabar com negociação e propostas."
A greve das três universidades estaduais paulistas (USP, Unesp e Unicamp) já completou 54 dias, superando em tempo a greve ocorrida em 2000, antes considerada a maior da história das instituições, com 50 dias de duração.
O problema é que, neste caso, não há ainda sinal de acordo entre o Fórum das Seis (entidade que reúne representantes dos sindicatos de funcionários e docentes das três universidades) e o Cruesp (Conselho dos Reitores das Universidades do Estado de São Paulo). O Cruesp deve receber hoje o Fórum das Seis.
Os grevistas pedem 9,41% de reajuste. O Cruesp ofereceu, até agora, 0%, alegando comprometimento alto do orçamento das universidades estaduais paulistas com a folha de pagamento.


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