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Saída para tráfego pode ser terceiro aeroporto
FERNANDO NAKAGAWA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Entre as alternativas para desafogar o tráfego aéreo de São
Paulo em estudo no governo está a hipótese de construção de
um mais um aeroporto em São
Paulo. Segundo o ministro Guido Mantega (Fazenda), o empreendimento poderia ter a
participação de empresas, no
modelo de PPP (Parceria Público-Privada).
Outras alternativas são a execução da terceira pista de Guarulhos, prevista no PAC (Plano
de Aceleração do Crescimento), e a ampliação e adaptação
do aeroporto de Viracopos, em
Campinas, a pouco mais de
uma hora da capital.
A idéia do terceiro aeroporto
é apoiada pela Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil).
Após reunião de coordenação política no Palácio do Planalto, Mantega disse que o grupo -formado pelo presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e os
principais ministros- ainda
não fechou a questão sobre o
novo aeroporto em São Paulo.
Mas ele informou que o governo pode mudar o modelo desses empreendimentos -atualmente estatal- para um sistema com a participação privada.
"Você tem a possibilidade de
fazer uma PPP, colocar o setor
privado se necessário. Mas isso
é uma hipótese", disse.
A intenção do ministro da
Fazenda foi recebida com cautela por especialistas em infra-estrutura e juristas. O principal
problema, segundo as pessoas
ouvidas pela Folha, é que o governo federal avançou pouco
na intenção de abrir projetos
de infra-estrutura para o capital privado. Também haveria
poucos sinais de que isso poderia acontecer agora.
As PPPs são um exemplo.
Criado em 2004, o modelo
nunca foi colocado em prática
na esfera federal: o primeiro
projeto -660 quilômetros de
estradas na Bahia- foi cancelado na segunda-feira.
"Precisamos de fatos mais
concretos até porque esse mesmo governo tem histórico de
intenções que não saíram do
papel. O discurso, infelizmente, não é suficiente", avalia o vice-presidente da Abdib (Associação Brasileira de Infra-estrutura e Indústrias de Base),
Ralph Lima Terra.
O advogado especialista em
direito público Gustavo Maciel
Rocha avalia que falta, principalmente, vontade política.
"Todo o marco legal das PPP,
que era o principal problema
para executar os projetos, está
pronto. Mesmo assim, nada foi
feito", argumenta.
Apesar do atual ceticismo, o
setor privado tem interesse em
investir no setor, diz o representante da Abdib.
Avaliação semelhante foi feita pelo engenheiro e consultor
de PPP da Albino Advogados,
Rubens Teixeira Alves. "Empresários já demonstraram interesse em investir nesse segmento. Só falta uma decisão do
governo."
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