São Paulo, sexta-feira, 20 de julho de 2007

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Gerente da TAM tentou salvar duas pessoas antes de morrer

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma das vítimas identificadas ontem pelo IML, o gerente de carga José Antonio Rodrigues Santos Silva, 50, estava havia 30 anos na TAM e fez contato com a mulher, Gisele, minutos após o acidente.
Segundo seu filho Vítor, 24, ele ligou para avisar que um avião havia batido no prédio e que estava socorrendo colegas. O contato foi perdido em seguida. "Meu pai ficou para trás por opção", disse à Folha Vítor, filho do primeiro casamento de Silva. "O que ele mais fez neste acidente foi o que ele sempre fez pela gente. Sempre buscou deixar a gente confortável."
O corpo de Silva foi liberado na noite de ontem pelo IML, cujo laudo apontou parada cardiorrespiratória como causa da morte. "Em função da fumaça, de muito monóxido de carbono, ele não resistiu à fumaça e caiu", disse Fred Mauro, 47, irmão de Silva. O corpo seguiu por volta das 21h para o cemitério Congonhas onde seria velado. O sepultamento estava marcado para hoje às 11h.
Questionado se servia de conforto o fato do irmão ser considerado um herói, negou: "Preferia que fosse um covarde vivo, não um herói [morto]."
Umas das colegas que Silva teria tentado ajudar é Michele Dias Miranda, que foi enterrada ontem. Outra é Elaine Tavares da Silva, que estava de plantão no trabalho e secretariava o gerente Marcos Curti - ambos estão na lista de desaparecidos.
(DENISE BRITO)


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