São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 2002

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SEGURANÇA

As seis penitenciárias e o cadeião da região de Campinas serão fechados, por 30 dias, para detentos de outros municípios

SP remaneja presos para tentar isolar PCC

CLAUDIO LIZA JUNIOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

A Coordenadoria das Unidades Prisionais da Região Central do Estado começou ontem uma operação especial de remanejamento de detentos nos presídios de Campinas (95 km de SP), que inclui a suspensão de transferências de presos de outras cidades por um mês, com o objetivo de isolar os líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital).
Por 30 dias, as seis penitenciárias do complexo Campinas-Hortolândia e o cadeião do bairro São Bernardo serão fechados para presos de outros municípios.
O fechamento será feito para facilitar a reordenação interna dos detentos nas unidades, segundo a coordenadoria.
Para o coordenador regional João Batista Paschoal, a ação irá dificultar as operações de fuga e resgate nos presídios. A principal preocupação do órgão estadual é em relação às unidades do complexo, que reúne hoje a maior população carcerária de São Paulo.
Existem hoje 5.920 detentos no complexo prisional e no cadeião do São Bernardo. O número consta de levantamento oficial da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária.
Segundo dados da Corregedoria dos Presídios da Vara de Execuções Criminais de Campinas, 10% dos presos da região são lideranças do PCC.
Somente neste ano foram registradas 51 fugas com 122 fugitivos em presídios da região de Campinas, de acordo com dados do governo estadual.
"Iremos remanejar presos principalmente do cadeião de Campinas e das penitenciárias 1 e 2 do complexo. Essas unidades não podem comportar presos de alta periculosidade, pois não possuem segurança adequada. Elas são cercadas apenas por alambrados", disse Paschoal. O coordenador afirmou que os presos condenados considerados perigosos serão concentrados em presídios que têm muralhas, sem especificar quais. "Onde só há alambrado é muito difícil evitar fugas", disse.
Das unidades do complexo Campinas-Hortolândia, apenas a Penitenciária 3 e os CDPs (Centro de Detenção Provisória) 1 e 2 -que só recebem presos ainda não-condenados- são cercados por muros.
Segundo a Folha apurou, a unidade destinada a receber mais presos de facções criminosas é o CDP 2, que terá de ser renomeado para abrigar condenados. O presídio foi entregue no início deste ano e é considerado pelo governo estadual como o mais moderno e seguro da região.


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