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SEGURANÇA
As seis penitenciárias e o cadeião da região de Campinas serão fechados, por 30 dias, para detentos de outros municípios
SP remaneja presos para tentar isolar PCC
CLAUDIO LIZA JUNIOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
A Coordenadoria das Unidades
Prisionais da Região Central do
Estado começou ontem uma operação especial de remanejamento
de detentos nos presídios de
Campinas (95 km de SP), que inclui a suspensão de transferências
de presos de outras cidades por
um mês, com o objetivo de isolar
os líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital).
Por 30 dias, as seis penitenciárias do complexo Campinas-Hortolândia e o cadeião do bairro São
Bernardo serão fechados para
presos de outros municípios.
O fechamento será feito para facilitar a reordenação interna dos
detentos nas unidades, segundo a
coordenadoria.
Para o coordenador regional
João Batista Paschoal, a ação irá
dificultar as operações de fuga e
resgate nos presídios. A principal
preocupação do órgão estadual é
em relação às unidades do complexo, que reúne hoje a maior população carcerária de São Paulo.
Existem hoje 5.920 detentos no
complexo prisional e no cadeião
do São Bernardo. O número
consta de levantamento oficial da
Secretaria de Estado da Administração Penitenciária.
Segundo dados da Corregedoria dos Presídios da Vara de Execuções Criminais de Campinas,
10% dos presos da região são lideranças do PCC.
Somente neste ano foram registradas 51 fugas com 122 fugitivos
em presídios da região de Campinas, de acordo com dados do governo estadual.
"Iremos remanejar presos principalmente do cadeião de Campinas e das penitenciárias 1 e 2 do
complexo. Essas unidades não
podem comportar presos de alta
periculosidade, pois não possuem
segurança adequada. Elas são cercadas apenas por alambrados",
disse Paschoal. O coordenador
afirmou que os presos condenados considerados perigosos serão
concentrados em presídios que
têm muralhas, sem especificar
quais. "Onde só há alambrado é
muito difícil evitar fugas", disse.
Das unidades do complexo
Campinas-Hortolândia, apenas a
Penitenciária 3 e os CDPs (Centro
de Detenção Provisória) 1 e 2
-que só recebem presos ainda
não-condenados- são cercados
por muros.
Segundo a Folha apurou, a unidade destinada a receber mais
presos de facções criminosas é o
CDP 2, que terá de ser renomeado
para abrigar condenados. O presídio foi entregue no início deste
ano e é considerado pelo governo estadual como o mais moderno e
seguro da região.
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