São Paulo, sexta-feira, 20 de agosto de 2010

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Fumaça e buracos transformam estradas do PA em roleta-russa

Com queimadas, visibilidade dos motoristas não chega a
20 m

RODRIGO VARGAS
ENVIADO ESPECIAL A MARABÁ (PA)

A combinação da fumaça das queimadas com rodovias em péssimo estado transforma em roleta-russa os trajetos de carro pelo sul do Pará.
Em uma viagem de oito horas ao longo dos 510 quilômetros que separam as cidades paraenses de São Félix do Xingu e Marabá, a reportagem da Folha vivenciou ontem esta situação.
Por dezenas de quilômetros nas rodovias estaduais PA-279 e PA-150, em trechos inteiramente cobertos pela fumaça, a visibilidade não chega a 20 metros adiante.
Caminhões surgem a todo momento em meio à névoa. Muitos deles vêm na contramão, em manobras para desviar dos sucessivos buracos. A velocidade máxima possível é de 40 km/h.
No início da manhã, no distrito de Carapanã (50 km a partir de São Félix), uma densa névoa cobre a fachada das casas e grupos de crianças "desaparecem" na fumaça, a caminho da escola. Em um trecho, é preciso desviar de cavalos dentro da pista.
Desde junho, o motorista profissional Jeias Alves da Silva, 44, conta que percorreu o trajeto até Marabá (que fica a 570 km de Belém) ao menos oito vezes. Em agosto, segundo ele, o trabalho se tornou mais perigoso.
"Em alguns trechos, quando há fogo e fumaça na beira da pista, eu fico até agoniado. Para piorar, alguns pontos, o asfalto acaba e vem a poeira", disse.
A partir de Ourilândia do Norte, a condição da rodovia se deteriora e os caminhões seguem adiante em ziguezague. Tentativas de ultrapassagem, nestas condições, são sempre arriscadas.
Procurado para comentar o assunto, o governo do Estado não respondeu aos questionamentos da reportagem até a noite de ontem.


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