São Paulo, sexta-feira, 20 de setembro de 2002

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Marta inaugura base comunitária da Guarda Civil na praça da República

DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeita Marta Suplicy (PT) inaugurou ontem uma base comunitária da Guarda Civil Metropolitana na praça da República, região central da capital paulista. A base funcionará 24 horas e terá dez guardas, sendo sete deles fazendo patrulhamento durante o dia -a pé e com bicicletas- e mais três no período noturno.
O secretário municipal da Segurança, Benedito Mariano, afirmou que a região central será, para a gestão Marta, "um símbolo de policiamento preventivo". A opção por bases comunitárias no centro, explica Mariano, se dá pela importância e pela concentração de pessoas na região.
Até o final do ano, de acordo com a prefeita, outras três bases deverão ser instaladas no centro: nas praças Ramos, Roosevelt e Sé.
O projeto da instalação das bases está dentro do programa de revitalização da região central, que vem reformando praças, canteiros e calçadões.
Marta também anunciou que, até o final de 2003, cada subprefeitura deverá ter pelo menos uma base em sua região.
Já Mariano afirmou que a inauguração de bases comunitárias dependerá também do interesse de cada subprefeito.
"O centro e bairros como São Miguel Paulista [zona leste", Vila Prudente [leste" e Capão Redondo [sul" são prioritários para a colocação de bases comunitárias. Estamos contatando os subprefeitos, que terão de ceder espaços para essa função", afirmou.
Questionado sobre o fato de não haver um plano de bases específico para a periferia, Benedito Mariano respondeu que a prioridade de sua secretaria -criada no final de julho passado- nessas regiões é o policiamento escolar "preventivo e permanente".
"Nós vamos fazer também na periferia, mas nossa prioridade é um policiamento escolar para dar segurança para os alunos, pais e professores", afirmou.

Caminhada
Antes de inaugurar a base comunitária, a prefeita Marta Suplicy caminhou, por cerca de uma hora, pela rua Barão de Itapetininga, no centro da cidade.
Durante o percurso, de pouco mais de 250 metros, a prefeita ouviu várias reclamações e, principalmente, pedidos de emprego. "Prefeita, tá faltando ônibus em São Mateus", "Marta, me dá um emprego?", "Posso abraçar a senhora?" "Ela é candidata política de novo?", foram algumas das perguntas. A caminhada tinha como objetivo mostrar à prefeita o novo piso das calçadas do centro velho. Mas, durante o trajeto, Marta distribuiu autógrafos (com um coração desenhado abaixo de sua assinatura), abraços, conversou com pessoas, discutiu com camelôs e aproveitou a oportunidade também para fazer campanha para os candidatos do PT.
"Depois que a senhora começou no governo, ficou mais embaçado de trabalhar aqui no centro", gritou um camelô. "Vai continuar embaçado, porque nesta rua não é local de trabalhar", respondeu Marta. Ela, porém, evitou passar pelas ruas transversais à Barão de Itapetininga, para onde os camelôs acabaram se transferindo.
"O que a senhora vai fazer pelos moradores de rua? A senhora prometeu e até agora nada", perguntou o funcionário público Rogério Antônio Camargo, 34.
"Eu estou tentando. Só que lá de cima, o governo federal, não colabora, né?", retrucou Marta.
"Como nós vamos continuar, Marta? Não tem emprego", questionou a economista Matilde Raquel, 38. Nesse momento, Marta criticou o governo federal.
(PALOMA COTES)


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