|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MUNDO ANIMAL
Habeas corpus pede liberdade de chimpanzé
JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA
A Justiça da Bahia recebeu ontem um pedido inusitado para libertar uma chimpanzé que vive
em uma das jaulas do Jardim
Zoológico de Salvador.
O pedido de habeas corpus foi
impetrado pelo promotor do
Meio Ambiente Heron Santana,
em conjunto com outros dois
promotores do Ministério Público Estadual, quatro professores
universitários e quatro diretores
de ONGs ambientalistas.
Santana disse à Folha que o habeas corpus tem por finalidade libertar a chimpanzé Suíça, que vive há dez anos em uma das jaulas.
Para o promotor, "[os chimpanzés] têm raciocínio, sensibilidade
(...). [Ela] é uma pessoa que não
pode permanecer presa".
No pedido de habeas corpus,
Santana ressalta que, "inicialmente, assim como os humanos, os
chimpanzés são animais altamente emotivos". "Quando aprisionados, passam a viver em constante
situação de estresse, que geralmente os leva a disfunções do
instinto sexual, mutilações e a viver em um mundo imaginário,
semelhante a um autista."
O promotor, embasado na avaliação de cientistas que apontam
que o chimpanzé tem 99,6% dos
genes dos homens, pede à Justiça
que Suíça seja transferida para a
cidade de Sorocaba (SP).
"Onde poderá conviver com
um grupo de 35 membros de sua
espécie, num local amplo e aberto, ter uma vida social condizente
com sua espécie, inclusive constituindo família e procriando", relata o pedido de habeas corpus.
A 2ª Promotoria do Meio Ambiente havia instaurado, no dia 20
de abril, um inquérito civil para
apurar as condições nas quais vive Suíça. Conforme informações
do Ministério Público Estadual, a
jaula onde Suíça está confinada,
com uma área total de 77,56 m2,
não possui a menor condição de
abrigar um chimpanzé.
Texto Anterior: Perigo na calçada: Pit bull abandonado na rua assusta moradores Próximo Texto: Mortes Índice
|