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Serra repassa contas a
dois bancos privados
FABIO SCHIVARTCHE
LUÍSA BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Após cassar uma liminar que
havia suspendido a negociação, a
administração José Serra (PSDB)
assinou contratos na sexta-feira
com o Itaú e o Bradesco e repassou a esses bancos o gerenciamento das principais contas bancárias da Prefeitura de São Paulo.
O primeiro assumiu um negócio que movimenta R$ 15 bilhões
por ano e que obrigará os 210 mil
servidores ativos e inativos da administração a ter uma conta nessa
instituição para receber seus salários. O outro banco passa a cuidar
de uma conta que gira R$ 7 bilhões anualmente.
As duas instituições bancárias
foram as vencedoras de três lotes
de uma licitação feita pela prefeitura. Era uma espécie de leilão em
que ganharia quem apresentasse
o maior valor -que será recolhido aos cofres municipais.
Na semana passada, o Santander Banespa havia obtido na Justiça uma liminar que garantia o
cumprimento do convênio que o
banco tem com a administração
paulistana, firmado em 2002, ainda na gestão da ex-prefeita Marta
Suplicy (PT), e válido até 2010. O
antigo banco estatal, hoje controlado pelo espanhol Santander, gerencia 70 mil contas de servidores
e fornecedores do município.
Com a liminar cassada, a prefeitura conseguiu assinar os contratos ainda na sexta-feira, disse a Secretaria Municipal das Finanças.
A assessoria do Santander Banespa afirmou ontem que o banco não se pronuncia sobre assuntos que estão na Justiça.
A disputa pelo negócio se arrasta desde fevereiro, quando a gestão Serra decidiu licitar os serviços bancários da prefeitura. Desde então, o Banespa obteve duas
liminares, posteriormente cassadas, para sustar o leilão -realizado, enfim, há duas semanas.
Negócio milionário
O Itaú pagará à vista R$ 510 milhões para gerenciar a conta-salário dos servidores municipais,
que movimenta R$ 4 bilhões por
ano. Pagará também R$ 1,5 milhão para administrar o caixa e
aplicações da prefeitura, que giram anualmente R$ 11 bilhões.
Para compensar o pagamento à
prefeitura, o banco espera lucrar
com a venda de serviços aos servidores municipais -como empréstimos e contas especiais.
Já o Bradesco passará a gerenciar a conta dos fornecedores
-pessoas ou empresas que prestam serviços à prefeitura.
A gestão Serra deve lucrar cerca
de R$ 530 milhões com essa operação. Essa verba é mais do que o
dobro dos recursos que a prefeitura precisa para terminar as
obras do Fura-Fila, um corredor
segregado para ônibus.
Serra, que desde sua posse se
queixa da má situação financeira
da prefeitura, terá agora mais recursos para administrar em 2006,
ano de eleição. Ele é um dos tucanos mais cotados para disputar a
sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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