São Paulo, domingo, 20 de setembro de 2009

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Metrô de SP vai aumentar velocidade de escada rolante

Estações terão novos equipamentos de 15% a 50% mais rápidos que os atuais

Velocidade de 0,75 m/s é a máxima aceita por norma técnica; passageiros devem economizar tempo, mas há risco maior de acidentes

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

O deslocamento dos passageiros dentro das estações do metrô em São Paulo ficará mais rápido: as próximas escadas rolantes da rede serão entre 15% e 50% mais velozes que as atuais.
A nova velocidade para a subida -de 0,75 metros por segundo- é a máxima admitida pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Ela já está valendo na estação Alto do Ipiranga, inaugurada há dois anos, e será adotada nos próximos meses nas 61 escadas rolantes compradas para a linha 2-verde (Paulista). No futuro, deve atingir toda a malha.
Hoje, as demais estações do metrô têm escadas rolantes com velocidades fixas de 0,5 ou de 0,65 metros por segundo.
A mudança deve acelerar a retirada dos passageiros nas paradas mais superlotadas.
"Ela pode desafogar as plataformas", avalia José Geraldo Baião, da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Metrô.
Para os usuários, os principais efeitos são: a economia de tempo (de até dez minutos durante um mês para quem usa duas escadas rolantes por dia); e os riscos de haver mais incidentes ou acidentes, principalmente com idosos e crianças.
Especialistas ouvidos pela Folha não manifestam contrariedade com a decisão do Metrô -até porque ela respeita as normas técnicas de segurança. Mas ressalvam para a necessidade de implantar a medida com cuidado -observando as reações dos passageiros.
"É óbvio que uma velocidade maior agrava as consequências de uma queda. Mas acredito que não seja uma diferença tão problemática", diz Eduardo Daros, presidente da Associação Brasileira de Pedestres.
Para ele, é fundamental a disponibilidade de elevadores nessas estações -não só para deficientes como para que os idosos tenham uma alternativa. O Metrô diz que todas da linha 2-verde estão equipadas.
Francisco Valente, coordenador de uma comissão da ABNT que trata do tema, diz que esse patamar de até 0,75 m/s nas escadas rolantes também é adotado na Europa. Na Rússia, afirma, são até mais velozes, enquanto nos EUA e no Canadá não passa de 0,5 m/s -"por tradição", avalia ele.
"Nas primeiras estações de metrô, as escadas rolantes tinham velocidade mais baixa até para as pessoas se acostumarem com a novidade", diz.
Nos equipamentos mais antigos, como num acesso da Sé, a velocidade ainda é de 0,5 m/s, similar ao ritmo de uma pessoa subindo uma escada a pé.
O gerente de operações do Metrô, Wilmar Fratini, diz que as novas escadas rolantes são resultado da "evolução tecnológica", já que permitem programações variadas de velocidade. Elas têm sensores para ficar mais devagar e economizar energia nos momentos em que não há nenhum passageiro.
Segundo Fratini, a nova velocidade de subida será adotada em todas as próximas estações. Na linha 2-verde, cinco paradas antigas também ganharão 13 novas escadas rolantes mais velozes no começo de 2010 -Ana Rosa, Trianon/Masp, Brigadeiro, Consolação e Clínicas. Nas outras, a mudança será conforme a necessidade de reposição dos equipamentos.


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