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Estradas federais registram número recorde de mortes
Em média, 20 pessoas morreram por dia em rodovias da União no ano passado
Número de vítimas
fatais em 2009 foi o
maior desde 1997; para
especialista, faltou
investimento nas pistas
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DE BRASÍLIA
As rodovias federais registraram no ano passado o
maior número de mortes dos
últimos 12 anos. Por dia, 20
pessoas, em média, perderam a vida em acidentes nas
estradas em 2009. Durante
todo o ano, foram 7.383.
A média continua em alta
em 2010. Até junho, 4.068
pessoas já morreram.
Os números são do Dnit
(Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes), com base em dados da
Polícia Rodoviária Federal.
Incluem todos os tipos de veículos e atropelamentos.
Em 2009, as vítimas fatais
aumentaram 6% em relação
a 2008 - quando foram registradas 6.945 mortes.
O índice do ano passado só
perde para o de 1997, quando
houve 7.530 mortes nas rodovias da União. Em 2003, foram 5.780 mortos na mesma
malha viária analisada.
Para o especialista em
transportes Claudio Jacoponi, associado titular do Instituto de Engenharia de São
Paulo, o aumento tem relação com o crescimento da
frota, que foi desacompanhado de investimentos na
melhoria das estradas.
Não há consenso entre especialistas do impacto da Lei
Seca, de 2008, nos acidentes
nas rodovias, pois as blitze se
concentram nas cidades.
EFEITO RETARDADO
Um estudo feito por uma
consultoria a pedido do governo, finalizado em dezembro, afirma que o número
real de mortes nas estradas a
cada ano pode ser cerca de
20% maior do que mostram
as estatísticas oficiais. Parte
das mortes ocorre em hospitais e não é registrada.
O levantamento diz ainda
que o aspecto "mais alarmante" é que o salto do número de acidentes está sendo
puxado por casos mais violentos, com vítimas. Entre
2003 e 2007 os acidentes de
trânsito cresceram pouco
mais de 20%, os acidentes
com vítimas subiu 35%.
O Dnit diz não saber exatamente as causas para esse
crescimento da violência,
mas cita estudos que atribuem à condição das estradas uma parcela ínfima dos
acidentes: 1%.
O risco de mais mortes nas
rodovias federais já era apontado por uma auditoria especial do TCU (Tribunal de Contas da União) quatro anos
atrás. Na ocasião, havia sinais de alta nos acidentes, e o
tribunal detectou que a causa era o baixo investimento
nas rodovias, principalmente em sistemas de controle de
velocidade. As estradas foram consideradas ruins, mal
policiadas e com número insuficiente de radares.
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