São Paulo, terça-feira, 20 de setembro de 2011 |
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DJALMA CANO (1946-2011) Um gastroenterologista poeta ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO Djalma Cano, nos tempos em que estudava direito, cuidava com o irmão de um bar da família localizado dentro da faculdade de medicina. Suas relações eram todas com alunos e professores do local de trabalho. Por falar bem inglês, servia até de intérprete quando algum estrangeiro era chamado para dar palestra na universidade. Um dia, Djalma teve um clique: deveria estar fazendo medicina e não direito. Trancou o antigo curso -mesmo faltando um ano para terminá-lo-, deixou o bar aos cuidados do irmão e estudou intensamente para o vestibular. O ribeirão-pretano formou-se na USP de sua cidade em 1976. Tornou-se clínico geral, gastroenterologista e médico do trabalho. Chegou a encontrar certa vez um ex-professor que lhe convidou a retornar à faculdade para terminar direito. "Acho que não", respondeu. Já estava apaixonado pela medicina, que conciliava com outras paixões: a poesia e o teatro. Em 1997, publicou o livro "É Poetempo de Poesia". Membro da Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto, deixou mais três livros de poemas e um de contos, que a família agora quer lançar. Mesmo doente, ainda atuava, realizando seu antigo sonho de ser ator. Uma peça que escreveu foi encenada há poucos anos em sua cidade, onde o médico também cantava num coro de ópera. Como professor, lecionou medicina na Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto) desde 1999, conta a família. No fim deste ano, iria se aposentar como médico e pretendia seguir apenas dando aulas. Com Maria Aparecida, enfermeira e professora universitária que ele conheceu na faculdade e com que se casou em 18 de outubro (dia do médico) de 1975, teve três filhos. Morreu no sábado, aos 64, em decorrência de um câncer. coluna.obituario@uol.com.br Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Desrespeito ao pedestre é maior sem marronzinho Índice | Comunicar Erros |
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