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SAÚDE
Ministério recomenda aleitamento por 180 dias; falta de informação da população é um dos motivos que impedem melhora
Brasileiras amamentam por apenas 34 dias
JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA
O Ministério da Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida
-180 dias. Mas as mães brasileiras estão amamentando os seus filhos somente com o leite do peito
por 33,7 dias.
Na avaliação do ministério, apesar de o índice ainda ser baixo, o
país vem conseguindo avanços
significativos na área.
A região Sul detém a melhor taxa em relação ao aleitamento exclusivo (53,1 dias). O Nordeste
vem na segunda posição (38,2).
Fortaleza é a capital brasileira
que registra o melhor índice (77,2
dias). As capitais do Sudeste ficaram com o pior (17,2 dias).
As informações são da pesquisa
"Prevalência do Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e no
Distrito Federal", realizada pela
Área de Saúde da Criança e Aleitamento Materno, do Ministério
da Saúde.
O levantamento revelou, pela
primeira vez no país, os índices de
amamentação exclusiva, considerada a mais apropriada.
Florianópolis ficou em 3º lugar
no ranking das capitais com melhor índice (67,6 dias).
A capital mineira ficou em penúltimo lugar no ranking das capitais (9,6 dias). A assessoria da
Secretaria Municipal da Saúde de
Belo Horizonte informou que não
tinha conhecimento sobre os dados da pesquisa e que, portanto,
não teria comentários a fazer.
Entraves
A falta de informação da população sobre a importância do aleitamento exclusivo é um dos problemas enfrentados pelos órgãos
de saúde para alavancar os índices. O despreparo dos profissionais de saúde também é apontada
como um fator limitante.
O Ministério da Saúde cita ainda, como entraves, os descumprimentos das leis que garantem às
mães o direito de amamentar os
filhos e a propaganda abusiva de
leites infantis, de chupetas e de
mamadeiras.
Até 96, os levantamentos indicavam apenas o aleitamento predominante (aquele em que a
criança também recebe água, chá
e sucos). Esse tipo de amamentação vem crescendo no país desde
1974, quando a duração média ficou em 74 dias, saltando para 134,
em 1989, e para 210, em 1996.
Crescimento
Os dados de 1999 da pesquisa
relativos ao aleitamento predominante ainda não foram concluídos, mas a duração mínima encontrada foi 274 dias, e a máxima,
990 dias.
O Brasil é o segundo país do
mundo onde mais cresceu a prática do aleitamento, segundo o
Unicef (Fundo das Nações Unidas
para a Infância).
De acordo com técnicos em
aleitamento materno do ministério, o aleitamento predominante
não é o ideal para a criança porque estimula o desmame mais
precocemente. A criança se acostuma com o bico da mamadeira e
passa a rejeitar o peito.
Segundo o Ministério da Saúde,
iniciativas como o projeto Carteiro Amigo, os bancos de leite (o
Brasil é o pais que mais possui
bancos de leite no mundo: 127) e o
aumento do número de hospitais
com o título "Amigo da Criança"
-164- fizeram com que o Nordeste alcançasse índices melhores
do que o Sudeste.
A pesquisa ainda não foi concluída, mas já se sabe que, quando
se trata de aleitamento materno
de forma geral (exclusivo ou não),
a região Norte obteve os melhores
resultados -os dados não foram
divulgados.
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