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PERNAMBUCO
Edifício vizinho continua interditado; moradores estão desalojados
Peritos apuram
causa da queda de
prédio que matou 3
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
A Polícia Civil de Pernambuco
requisitou ontem ao Instituto de
Criminalística do Estado a realização de perícias para determinar
a causa do desabamento do edifício Areia Branca, de 12 andares,
ocorrido quinta-feira, em Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana de Recife.
Segundo o delegado da Defesa
do Consumidor José Durval Lins,
responsável pelo caso, os peritos
vão iniciar ainda hoje a investigação no local. O levantamento servirá de base para a conclusão do
inquérito, aberto anteontem com
o objetivo de responsabilizar criminalmente o eventual acusado.
Lins, que tem 30 dias para concluir o trabalho, já ouviu moradores do prédio e a administração
do condomínio. Segundo ele, todos mantiveram a versão de que
os problemas só começaram a ser
percebidos na terça-feira da semana passada.
"Os moradores declararam que
ouviram uma série de estalos e
que saíram dos apartamentos na
madrugada de quinta, por decisão própria." O edifício desabou
sobre sua própria base às 20h30
do mesmo dia.
Quatro pessoas estavam no subsolo do prédio no momento do
acidente. Três corpos já foram
resgatados e identificados. Continuava desaparecido até ontem o
operário Ivanildo Martins dos
Santos, 21, que trabalhava para a
Jatobeton, empresa contratada
para avaliar a estrutura do imóvel.
Até o final da tarde de ontem,
menos da metade dos destroços
havia sida retirada da local.
Além do cuidado necessário para preservar o eventual sobrevivente, as equipes paralisavam a
todo o momento o serviço para
"garimpar", no meio do entulho,
pertences dos moradores.
Roupas, fotos e até jóias foram
encontrados. Os objetos, colocados em sacos plásticos, eram deixados na calçada para que fossem
reconhecidos pelos donos.
A demora preocupava a família
do desaparecido, que permanecia
em vigília no local do acidente.
"Tenho fé de que ele ainda vai sair
vivo de lá", disse a mulher do operário, Leidjane Ferreira.
A preocupação do parentes aumentou quando a única retroescavadeira usada para a retirada
dos grandes pedaços de concreto
quebrou. O trabalho de resgate
parou por quase duas horas.
Os destroços atingiram um dos
prédios vizinhos, o Solar de Piedade, e blocos de concreto ficaram escorados em pilares, dificultando ainda mais o trabalho.
Engenheiros contratados pelo
governo do Estado estiveram ontem no local e não viram risco de
desabamento iminente do imóvel, mas os moradores estão impedidos de retornar para lá.
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