|
Próximo Texto | Índice
ADMINISTRAÇÃO
Prefeito, que havia proibido shows no estádio após críticas contra barulho, impõe várias exigências para o evento
Serra recua e Pearl Jam toca no Pacaembu
ALEXSSANDER SOARES
DA REPORTAGEM LOCAL
Os fãs do Pearl Jam podem se
preparar para assistir aos shows
da banda norte-americana no estádio do Pacaembu, em São Paulo, nos dias 2 e 3 de dezembro.
O prefeito José Serra (PSDB)
acertou a liberação do estádio
com uma série de exigências, batizada por seus colaboradores de
"tolerância zero".
Serra havia suspendido a realização de shows no estádio por
tempo indeterminado. A decisão
foi tomada em 19 de setembro,
após queixas de moradores da região do Pacaembu por conta do
barulho causado por evento que
deveria ter terminado às 22h, mas
que acabou à 1h.
Na ocasião, o diretor do estádio,
o ex-juiz de futebol José de Assis
Aragão, foi demitido.
Em 6 de outubro, após reclamações de produtores do show, que
ameaçaram levar a apresentação
para outra cidade, Serra disse
considerar ""uma certa chantagem" o fato de empresários insistirem que o Pacaembu era o único
espaço viável para o evento.
Após se reunir na terça-feira à
noite com auxiliares, Serra recuou
e decidiu dar uma ""última chance" para a realização de shows no
Pacaembu. O prefeito, segundo
assessores, considerou que a cidade tem necessidade de atrair grandes eventos, mas determinou regras rigorosas para a realização de
shows no Pacaembu.
A SPTuris estima que os dois
shows podem gerar cerca de R$ 6
milhões na cadeia produtiva do
turismo na cidade.
Show até 21h45
As apresentações do Pearl Jam
são as últimas reservadas para o
estádio neste ano e terão de ser
encerradas às 21h45 - quinze
minutos antes do horário máximo permitido. Os ensaios também só serão autorizados à tarde,
e com duração de, no máximo,
trinta minutos.
Esquemas especiais para evitar
transtornos aos vizinhos do estádio serão montados pela CET
(Companhia de Engenharia de
Tráfego), pela Subprefeitura da Sé
e pela Polícia Militar.
Quem for ao show da banda só
poderá estacionar os veículos em
bolsões especiais. Os fiscais também vão controlar a presença de
ambulantes, especialmente nas
ruas de acesso ao estádio.
A Polícia Militar também vai organizar uma operação especial
para evitar ocorrências de furtos e
roubos nas casas vizinhas. Os policiais estarão orientados a não
permitir a ação de flanelinhas.
Os problemas de trânsito, segurança e a presença de ambulantes
e flanelinhas nas ruas residenciais
são algumas das reclamações dos
moradores da região.
O presidente da CIE Brasil, Fernando Altério, produtor dos
shows do Pearl Jam, terá de assinar um termo de compromisso
para a limpeza do interior do estádio, da praça Charles Miller e das
ruas próximas. O contrato preparado pela prefeitura também vai
impor multas, caso não ocorra o
cumprimento das regras.
Altério disse que só vai se pronunciar sobre as condições impostas pela prefeitura amanhã.
Decisão final
Após a apresentação do Pearl
Jam, Serra pretende analisar as
possíveis ocorrências no estádio e
na vizinhança para decidir, em
definitivo, se vai proibir a realização de shows no Pacaembu.
Na liberação para a banda norte-americana pesou o fato de que
não seria possível achar outro espaço adequado para apresentação até as datas previstas para os
shows no Pacaembu.
O Parque Antártica, por exemplo, receberá uma partida de futebol. Já o Morumbi é considerado
muito grande pela banda.
A prefeitura chegou a pensar
em transferir o show para a Arena
Skol, localizada ao lado do sambódromo (zona norte). A idéia foi
abandonada porque não existia
condições de segurança necessárias para receber um público estimado em 40 mil pessoas.
Os produtores também tinham
restrições para a realização de
shows na arena, por considerar o
espaço pequeno e pela dificuldade em conseguir patrocínio de
outras marcas de bebida.
Próximo Texto: Nova regra não convence moradores Índice
|