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Depois de oito dias solto, delegado volta a ser preso
André Di Rissio prestava depoimento na Corregedoria quando foi detido pela PF
Presidente licenciado da associação dos delegados é acusado, entre outras coisas, de importação fraudulenta e corrupção
DO "AGORA"
DA FOLHA ONLINE
O presidente afastado da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, André Di Rissio, 42, voltou para a
cadeia na tarde de ontem. Ele
havia sido solto há oito dias, por
meio de um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal
Federal.
O Ministério Público Federal, no entanto, apresentou novas denúncias contra o delegado, referentes a três tentativas
de descaminho (importação
fraudulenta). As novas denúncias também incluem falsidade
ideológica, uso de documentos
falsos e corrupção ativa.
Com base nessas acusações, a
Justiça Federal de Campinas
(95 km de SP) expediu anteontem novo mandado de prisão
preventiva.
Di Rissio prestava depoimento ontem na Corregedoria
da Polícia Civil, no centro de
São Paulo, quando foi detido
por agentes federais.
14 Bis
Di Rissio foi preso pela primeira vez no fim de junho deste
ano, na operação "14 Bis" da
Polícia Federal.
Ele é acusado de participar
de um esquema de liberação de
contrabando no Aeroporto Internacional de Viracopos, em
Campinas.
Di Rissio receberia R$ 50 mil
por mês para que mercadorias
importadas com preços menores do que os de mercado entrassem por Viracopos.
Ele foi denunciado pela Promotoria por crime contra o sistema financeiro ao "manter no
exterior valores não declarados
à Receita Federal". Na época da
denúncia, não foi divulgado o
valor mantido fora do Brasil.
Ainda pesam contra Di Rissio
denúncias de crimes como corrupção ativa, tráfico de influência, lavagem de dinheiro e inserção de dados falsos em sistema de informações.
Com salário de R$ 7.000, Di
Rissio é proprietário de um
apartamento de R$ 1 milhão no
Morumbi (zona sul de São Paulo). Andava de Jaguar blindado
(tinha dois deles na garagem
quando foi preso), tinha uma
coleção de Rolex e exibia ternos
que não poderiam ser comprados por quem tinha um salário
como o seu.
Em conversas gravadas pela
Polícia Federal, ele aparece negociando a compra de um apartamento dúplex de 660 m2 por
R$ 1,5 milhão.
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