São Paulo, sexta-feira, 20 de outubro de 2006

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Depois de oito dias solto, delegado volta a ser preso

André Di Rissio prestava depoimento na Corregedoria quando foi detido pela PF

Presidente licenciado da associação dos delegados é acusado, entre outras coisas, de importação fraudulenta e corrupção

DO "AGORA"
DA FOLHA ONLINE

O presidente afastado da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, André Di Rissio, 42, voltou para a cadeia na tarde de ontem. Ele havia sido solto há oito dias, por meio de um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal.
O Ministério Público Federal, no entanto, apresentou novas denúncias contra o delegado, referentes a três tentativas de descaminho (importação fraudulenta). As novas denúncias também incluem falsidade ideológica, uso de documentos falsos e corrupção ativa.
Com base nessas acusações, a Justiça Federal de Campinas (95 km de SP) expediu anteontem novo mandado de prisão preventiva.
Di Rissio prestava depoimento ontem na Corregedoria da Polícia Civil, no centro de São Paulo, quando foi detido por agentes federais.

14 Bis
Di Rissio foi preso pela primeira vez no fim de junho deste ano, na operação "14 Bis" da Polícia Federal.
Ele é acusado de participar de um esquema de liberação de contrabando no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas.
Di Rissio receberia R$ 50 mil por mês para que mercadorias importadas com preços menores do que os de mercado entrassem por Viracopos.
Ele foi denunciado pela Promotoria por crime contra o sistema financeiro ao "manter no exterior valores não declarados à Receita Federal". Na época da denúncia, não foi divulgado o valor mantido fora do Brasil.
Ainda pesam contra Di Rissio denúncias de crimes como corrupção ativa, tráfico de influência, lavagem de dinheiro e inserção de dados falsos em sistema de informações.
Com salário de R$ 7.000, Di Rissio é proprietário de um apartamento de R$ 1 milhão no Morumbi (zona sul de São Paulo). Andava de Jaguar blindado (tinha dois deles na garagem quando foi preso), tinha uma coleção de Rolex e exibia ternos que não poderiam ser comprados por quem tinha um salário como o seu.
Em conversas gravadas pela Polícia Federal, ele aparece negociando a compra de um apartamento dúplex de 660 m2 por R$ 1,5 milhão.


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