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Polícia caça traficantes e acha armas no Rio
Rifle que pode ter derrubado helicóptero no sábado foi encontrado em um matagal a 15 km do local da queda da aeronave
Governo federal nega que ordem para o ataque tenha partido de traficantes do presídio de segurança máxima de Catanduvas (PR)
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
JOÃO PAULO GONDIM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO
Do arsenal da facção criminosa que no sábado derrubou
um helicóptero da Polícia Militar, um rifle foi apreendido ontem na Baixada Fluminense.
Para a polícia, a arma pode ter
sido usada no ataque.
O rifle estava em um matagal
em Mesquita, a cerca de 15 quilômetros do local da queda.
Junto a ele, havia outra arma
também com capacidade para
derrubar helicópteros, segundo
a PM. Era um rifle ou um fuzil.
A polícia ainda não havia identificado a arma, que teve os números de série raspados.
Com a morte ontem do cabo
Izo Gomes Patrício, 36, e de um
suposto traficante na favela
Parque União, subiu para 22 o
número de mortos desde sábado, quando o morro dos Macacos (Vila Isabel, zona norte) foi
invadido por criminosos do CV
(Comando Vermelho), a partir
do vizinho morro São João.
Além do cabo, outros dois
soldados morreram e três PMs
ficaram feridos.
Com cerca de 2.000 policiais,
a PM fez ontem operações em
favelas dominadas pelo CV, como Jacarezinho, Prazeres e as
de Manguinhos, em busca de
armas e de traficantes que participaram do ataque. Murilo
Rodrigues dos Santos Pimenta,
18, foi preso na favela do Jacarezinho, e, segundo a polícia,
admitiu ter participado da invasão do morro dos Macacos.
A principal ação do dia ocorreu na favela da Chatuba, em
Mesquita. Além das duas armas, a PM encontrou duas espingardas, uma submetralhadora, uma granada, uma espada, oito fardas pretas parecidas
com as do Bope, munição, cocaína e maconha.
Segundo a PM, as armas foram usadas no morro São João,
de onde partiram os disparos
contra o helicóptero.
Divergências
O Ministério da Justiça negou ontem versão da Secretaria
de Segurança do Rio de que a
ordem da invasão veio de líderes do CV que estão no presídio
de segurança máxima de Catanduvas (PR). Segundo o ministério, os presos não têm contatos com mensageiros e não
usam celulares.
O chefe da Polícia Civil do
Rio, Allan Turnowski, disse que
a polícia detectou as ordens e
que elas podem ter chegado por
meio de presos.
O governador Sergio Cabral
Filho (PMDB) contestou a cúpula da polícia. Ele disse que as
polícias não sabiam previamente do ataque. "Não temos
essa informação. Nessa hora, o
que mais tem é palpiteiro."
Morro dos Macacos
O morro dos Macacos é o
principal reduto da facção criminosa ADA (Amigos dos Amigos). Sua localização, próximo
ao centro e num bairro (Vila
Isabel) com população de classe média, faz com que seja cobiçado pelas siglas inimigas, sobretudo o CV, que domina a
maioria das favelas dos bairros
vizinhos. Para o CV, assumir o
morro atenuaria os prejuízos
dos últimos tempos pela perda
de alguns redutos, para a ADA
ou para a polícia.
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