|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Vizinho confessa morte de aposentados
Desempregado de 29 anos se apresenta à polícia e diz que entrou na casa para roubar e matou porque a família reagiu
Suspeito apresentou roupas
com sangue, máscara e faca
usadas no crime; ele disse
aos policiais que conhecia o
casal "apenas de vista"
RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL
GABRIEL BATISTA
DO "AGORA"
O desempregado Luiz Eduardo Cirino, 29, se apresentou
ontem à polícia e confessou ter
assassinado a facadas os aposentados Sebastião e Hilda Tavares, na última sexta-feira, no
Sumaré (zona oeste de São
Paulo). Vizinho do casal, Cirino
disse que entrou na casa para
roubar e que matou porque o
casal reagiu.
"Não sei [por que matei]. Entrei para roubar, não planejei
nada", afirmou Cirino, no 23º
DP (Perdizes). Ele disse também estar arrependido de ter
matado os aposentados.
Cirino entregou à polícia
roupas sujas de sangue, uma
máscara e uma faca de churrasco que teriam sido usadas no
crime -os objetos serão periciados. Para o delegado Rodolfo
Chiarelli Jr., do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), a versão do desempregado parece verdadeira.
A polícia planejava pedir ainda ontem a prisão temporária,
por 30 dias, do desempregado.
Ele continuava sendo ouvido
no DHPP até o fechamento
desta edição.
Segundo a polícia, Cirino ligou para o telefone 190 da PM e
confessou o crime. Ele combinou com os policiais militares
que iria se entregar em frente à
paróquia de Nossa Senhora do
Rosário de Fátima, que era freqüentada pelos aposentados.
Cirino morava a poucas casas
da residência da família Tavares. Na fuga após o crime, ele
deixou manchas de sangue em
dois muros no trajeto até a sua
casa. Ao PM Maelson Bastos de
Souza, que o prendeu, Cirino
disse que chegou à casa da família Tavares às 2h30 de sexta-feira. Ele resolveu esperar até
que alguém abrisse a porta lateral. Às 6h30, Hilda Tavares, 68,
abriu a porta e se deparou com
Cirino, já mascarado -ele usava uma máscara semelhante ao
personagem Jason, do filme
"Sexta-feira 13".
O desempregado diz que cobriu a boca de Hilda com a mão
e mandou ela não gritar. Hilda
teria desobedecido, se desvencilhado e pedido socorro. Foi
agredida a facadas. Ela foi a primeira a morrer. Sebastião, 71,
tentou socorrer a mulher, mas
foi ameaçado por Cirino.
Com Sebastião já dominado,
o desempregado disse que foi
até o quarto de Isaura da Purificação Gonçalves, 93, mãe de
Hilda, e também a ameaçou para que não reagisse. Cirino disse que logo depois percebeu
que tinha alguém no banheiro e
arrombou a porta.
Ele encontrou Rogério Tavares, 42, filho do casal. Cirino
disse que houve confronto e ele
feriu Rogério com um golpe de
faca, antes de amarrá-lo. Nesse
momento, Sebastião conseguiu
sair da casa e começou a gritar
por socorro. Cirino foi até o local e deu várias facadas em Sebastião. Depois carregou o corpo até a sala.
Cirino disse que não levou
nada da casa porque ficou "apavorado". Na hora do crime, ele
foi visto pela sua própria irmã,
que não o reconheceu. Da rua,
ela -cujo nome não foi divulgado- viu um homem mascarado
agredir Sebastião. Ela avisou o
porteiro de um prédio, que chamou a polícia.
Segundo o delegado Chiarelli
Jr., Cirino resolveu se entregar
porque se sentia pressionado e
achou que as investigações chegariam até ele. Chiarelli disse
que o desempregado afirmara
conhecer a família "apenas de
vista", mas essa relação ainda
será investigada.
De acordo com a polícia, Cirino já tinha uma passagem por
roubo, mas a circunstância não
foi detalhada. Na delegacia, ele
afirmou ser usuário de maconha. Segundo o delegado, Cirino será indiciado por latrocínio
(matar para roubar).
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Conhecido como Semente, suspeito já foi acusado de roubar veículo Índice
|