São Paulo, terça-feira, 20 de novembro de 2007

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Explosão em posto deixa frentista em estado grave

Polícia investiga se uso de aparelho celular provocou acidente em Pinheiros

Frentista ajudava a descarregar combustível quando ocorreu o incêndio; com medo, moradores da região deixaram suas casas

RAFAEL TARGINO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um frentista ficou gravemente ferido após uma explosão em um posto de combustível, em Pinheiros (zona oeste), na madrugada de ontem.
O acidente, segundo testemunhas, ocorreu quando o funcionário do posto abriu o celular enquanto ajudava a descarregar 15 mil litros de combustível. O motorista do caminhão onde estava o combustível ajudou a apagar o fogo com o extintor de incêndio do veículo.
O frentista Carlos Roberto dos Santos, 45, ficou com 76% do corpo queimado e está internado em estado grave.
Ainda não é possível explicar a causa do acidente. A polícia investiga a possibilidade de que gases emitidos pelo combustível tenham entrado em contato com uma faísca liberada pelo celular e causado a explosão.
Segundo o dono do posto, Osvaldo Lopes, o frentista -que estava em cima do caminhão- abriu o celular no momento em que ajudava a descarregar o combustível.
Lopes diz que imagens das câmeras de TV do posto mostram o momento em que Santos teria pegado o telefone do bolso. A reportagem não teve acesso às imagens.
Uma lei municipal, de outubro de 2002, proíbe o uso de celulares em postos de gasolina em São Paulo. Quem desobedecer a lei está sujeito a multa. A cidade do Rio de Janeiro e o estado do Mato Grosso do Sul também proíbem o uso do aparelho no abastecimento.

Pânico
Os moradores das ruas próximas foram acordados por volta das 2h30 da manhã com a explosão. O bibliotecário Virgílio de Castro, 51, conta que só conseguiu dormir às 6h, quando a situação na rua se tranqüilizou.
Ele diz que a vizinha da frente chegou a sair com os quatro filhos de casa, assustada com o incêndio. "O barulho parecia um trovão forte", afirma.
A comerciante Paula Viana, 36, trabalha em frente ao local. Ela conta que saiu correndo com a mãe e o cachorro pela rua Artur Azevedo. "O Roberto [frentista ferido], depois que caiu, começou a gritar: "corre, corre, que vai morrer todo mundo'", afirma.
Moradores relataram que o motor do caminhão estava ligado no momento do acidente. Dois quarteirões antes de chegar ao posto, o veículo teria "morrido". A Shell nega que o caminhão estivesse ligado na hora do descarregamento e que tivesse algum problema mecânico. O dono do posto também afirma que o motor do caminhão estava desligado.
O posto funciona no mesmo local há 30 anos, no cruzamento das ruas Lisboa e Artur Azevedo, e havia sido vistoriado em 19 de setembro. Entre outros problemas, a prefeitura verificou que faltavam sinalizações de "não fumar" no local.
Parte do forro de plástico do teto do posto queimou, afetando as instalações elétricas. Uma das bombas de gasolina foi interditada pela prefeitura.


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