São Paulo, terça-feira, 20 de novembro de 2007

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Oficiais americanos defendem o Bope e dizem que "Tropa" é filme de ficção

DA SUCURSAL DO RIO

Oficiais da SWAT atribuem as cenas de tortura e de execução no longa "Tropa de Elite" a "filmes de ficção" e defendem policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) do Rio.
"Atribuo isso a filmes, a Hollywood. É como cineastas muitas vezes nos retratam. Garanto que encontrará filmes americanos em que policiais torturam, não são honestos. E isso não é necessariamente verdade. Esses caras [do Bope] enfrentam uma realidade dura, são profissionais e usam técnicas que funcionam muito bem na situação deles", afirmou Patrick O'Quinn, ex-chefe da SWAT de Beaumont, Estado americano do Texas, que afirma nunca ter estado "em guerra" para avaliar a ação do Bope.
Ao ser questionado sobre uma possível analogia entre a SWAT e o Bope -feita em entrevista à Folha pelo comandante carioca, tenente-coronel Pinheiro Neto-, Christian D'Alessandro, policial da SWAT há 13 anos, respondeu que é difícil comparar, porque são atividades e regras de engajamento diferentes.
"São procedimentos totalmente diferentes do que estamos acostumados. É como comparar jogadores de futebol com os do futebol americano. Quem são os melhores atletas?", indagou.
D'Alessandro, porém, vê semelhanças entre as duas unidades. "Ambos estamos sempre treinando para nos aperfeiçoarmos, e nunca estamos satisfeitos", disse.
Confrontado com a realidade de 961 autos de resistência (mortos em confronto com a polícia) no Rio até setembro deste ano, D'Alessandro comenta que o Rio parece ser "uma cidade perigosa", mas evitou criticar as forças de segurança. "Quantos policiais morrem? Garanto que isso não vai para a primeira página dos jornais. É um trabalho muito difícil", avalia Patrick O'Quinn.
O"Quinn comentou, demonstrando preocupação, a operação do Complexo do Alemão, em que morreram 19 suspeitos e um policial. "Seria uma ocorrência assustadora nos Estados Unidos", disse.


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