São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 2008

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Mulher morre ao cair do 3º andar com filho; criança sobrevive

Ex-marido, que estava no apartamento no momento da queda, teve a prisão preventiva decretada pela polícia

Polícia diz que ele pode ter jogado os dois ou que ela, sob ameaça, pulou da janela com o menino de seis anos; ex-marido está foragido


TALITA BEDINELLI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma mulher morreu anteontem após cair do terceiro andar de um prédio com o filho de seis anos, em Guarulhos (Grande SP). O menino sobreviveu. O ex-marido dela, pai da criança, é apontado pela polícia como suspeito de ter envolvimento com a morte e teve a prisão preventiva decretada.
O ex-marido, que é considerado foragido, estava no apartamento quando os dois caíram e foi embora sem prestar socorro. Segundo o delegado Cristiano Macedo Engel, vizinhos relataram que, por volta das 16h30, a operadora de caixa Andréia Cristina Bezerra Nóbrega, 31, e o músico Evandro Correia Filho, 35, começaram a discutir no apartamento em que ela vivia com o filho, Lucas.
Perto das 18h, o menino caiu da janela em uma marquise da agência dos Correios que fica na parte de baixo do prédio. Logo depois, a mulher caiu na calçada após bater na mesma marquise.
Ela foi levada ainda com vida para o hospital, mas não resistiu. O menino fraturou o maxilar e permanece internado.
Uma câmera de vigilância gravou o momento em que Andréia caiu. Minutos depois, um homem que, segundo a polícia, é o músico, deixou o prédio.
A polícia encontrou no apartamento vidros quebrados e móveis revirados. A mangueira do gás e a rede da janela da sala estavam cortados.
A polícia trabalha com duas hipóteses: de que o músico tenha jogado a mulher e o filho pela janela ou de que ela, sob ameaça, pulou com o menino.
O advogado do músico entrou em contato com o delegado e disse que Correia Filho se apresentaria à polícia. Até a conclusão desta edição, isso não havia ocorrido. A Folha não conseguiu localizar o advogado.
Segundo Marcela Inês Candia, uma vizinha que acompanhou Lucas ao hospital, o menino disse que o pai havia perseguido ele e a mãe no apartamento. "Ele falou que o pai ainda estava no apartamento. Mas, quando a polícia chegou, ele [o pai] já havia ido embora." Ela disse que Andréia contava que o ex-marido era muito ciumento.
Andréia já havia registrado dois boletins de ocorrência contra o ex-marido neste ano. Um por injúria e dano e outro por ameaça. Não houve abertura de inquérito porque ela não fez representação contra ele, o que, segundo a Secretaria da Segurança Pública, seria necessário para iniciar uma investigação.
O casal havia vivido junto por 14 anos e estava separado há dois, segundo a família. Ela foi enterrada ontem.


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