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Policiais praticavam extorsão, diz secretaria
Segundo a pasta, os dois estavam de folga em uma área fora da região onde trabalham, sem autorização dos superiores
Duas alunas foram atingidas por disparos; o policial sobrevivente e o informante foram presos por extorsão mediante sequestro
Almeida Rocha/Folha Imagem
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Irmãos e amigos de Lucas Cordeiro Gomes, estudante morto em ação clandestina de policiais
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
Uma operação clandestina
realizada por policiais civis de
São Paulo terminou em troca
de tiros na porta de uma escola
no Grajaú -na zona sul da capital. Um policial e um estudante
de 17 anos, que acabara de sair
da aula, morreram. Outras duas
estudantes e um criminoso ficaram feridos.
De acordo com a Secretaria
da Segurança Pública, o agente
Luiz Carlos Burgo Breslizek,
28, e o carcereiro Washington
Luiz Albino Pereira, 38, sem
autorização nem conhecimento de seus superiores, tomaram
emprestado o carro de um informante (Márcio Soares de
Souza, 38) para realizar a prisão
de dois suspeitos de tráfico.
Nenhum dos policiais trabalhava na região e ambos estavam de folga. Pereira alegou
que eles investigavam desmanches clandestinos e viram os
dois homens traficando. Breslizek morreu ainda no local.
A Secretaria da Segurança,
porém, afirma que os dois policiais foram ao local para extorquir dinheiro dos dois supostos
traficantes William Sobral Pinheiro dos Santos, 19, e Rollyson Ramon Nogueira, 19. Com
eles, segundo os policiais, foi
apreendida pequena quantidade de cocaína e maconha.
Os dois suspeitos foram algemados e colocados no veículo.
Além dos dois policiais, o informante também participava da
operação. Avisados, quatro colegas dos supostos traficantes
seguiram o veículo, cercaram o
Gol e começaram a disparar.
O policial morreu com a arma na cintura. O outro conseguiu disparar três vezes. Os
bandidos, segundo a polícia,
dispararam pelo menos 20 vezes contra o veículo.
Alunos que haviam deixado a
Escola Estadual Roberto Mange, por volta das 21h30, ficaram
no meio do tiroteio.
Além do jovem Lucas Cordeiro Gomes, que morreu, os tiros atingiram as alunas Adriana
Silva de Arruda, 15, e Aryane
Karoline Magalhães, 17. "Pensei que tinha levado uma pedrada na perna", contou Adriana. A bala atravessou sua perna
esquerda, acima do joelho. Seu
estado é estável.
Já Aryane disse para a mãe, a
artesã Luciana Alves dos Santos, 40, que pensou que o som
dos tiros era o barulho de escapamentos de motos. A bala se
alojou perto da coluna da menina e foi retirada em cirurgia.
Ela não corre risco de morte.
O policial sobrevivente e o informante foram presos por extorsão mediante sequestro.
Os dois supostos traficantes
foram presos por tráfico. Um
deles foi baleado durante o tiroteio e permanecia internado.
Nem Breslizek nem Pereira
eram ou foram investigados pela Corregedoria. A Folha não
localizou os advogados do policial preso e do informante.
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