São Paulo, sexta-feira, 20 de novembro de 2009

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JOSÉ NORBERTO DE MATTOS
(1949-2009)


José Bernnô, da funilaria à galeria de arte

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Nada de pôsteres com mulheres peladas, como nas oficinas tradicionais: o que decora as paredes da funilaria de José Norberto de Mattos, no Limão, zona norte de SP, são obras de arte feitas pelo próprio dono do lugar.
Artisticamente, ele ficou conhecido como José Bernnô, um funileiro e pintor de carros que, há alguns anos, chamou a atenção de críticos de arte com os quadros abstratos e de cores fortes que começou a fazer. Alguns o compararam a Alfredo Volpi.
Em agosto do ano passado, então aos 59 anos, veio sua primeira mostra individual.
Nela, todos os seus quadros foram vendidos, conta o galerista Maurício Buck, que já organizava com ele nova exposição para o ano que vem.
Na ocasião, uma das obras saiu por R$ 22 mil, e o MAM (Museu de Arte Moderna) comprou dois trabalhos.
Filho de pai cabeleireiro e mãe manicure, formou-se pelo Senai como mecânico.
Depois, trabalhou como alinhador de rodas e numa concessionária, nos anos 70.
Com o dinheiro que tirou com a própria oficina, foi fazer cursos de pintura. O artista plástico Paulo Pasta, que lhe deu aulas, diz que Bernnô era muito disciplinado. Os amigos, agora, prometem fazer uma mostra em memória a ele, que pintava ouvindo Led Zeppelin.
Morreu anteontem à noite, aos 60, com suspeita de infarto, deixando três filhos e um neto. A cremação, não marcada até o fechamento desta edição, deve ser hoje.

coluna.obituario@uol.com.br


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