São Paulo, sábado, 20 de novembro de 2010

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OUTRO LADO

Estado admite problema e estuda mudança

Secretaria afirma que enviará até o fim do ano projeto à Assembleia, mas nega que alunos tenham ficado sem aula

DE SÃO PAULO

A Secretaria da Educação reconheceu que a lei que determina o intervalo de 200 dias aos professores causou um "entrave" nas escolas.
Por isso, o órgão afirma que enviará até o final do ano um novo projeto de lei que altere a necessidade desse período de afastamento.
"Observamos no final do primeiro semestre que a coisa [da falta de professores] poderia ganhar proporção muito grande no segundo semestre. Tomamos algumas medidas junto a nossas diretorias de ensino que já melhoraram muito o problema", disse o secretário de Educação, Paulo Renato de Souza, sem detalhar quais as medidas já tomadas.
"Estamos hoje com um problema de professores não querendo assumir aulas muito menor do que tínhamos previsto", completou.
"Mas, mesmo assim, queremos para o ano que vem resolver definitivamente esse problema com uma mudança na legislação. O governador já está ciente de que temos que fazer isso", afirmou.
Nem o secretário nem a assessoria de imprensa do órgão deram mais detalhes sobre a mudança na legislação.
Segundo eles, a alteração ainda será analisada pelo setor jurídico do órgão, o que pode trazer mudanças no texto, que já está pronto.
A modificação será enviada para o governador e para a Assembleia Legislativa.

FALTA DE AULAS
Apesar de reconhecer o problema, o órgão disse que os estudantes não ficaram sem aulas, ao contrário do que afirmaram à Folha.
Segundo a secretaria, todos tiveram professores substitutos -aqueles que ficam esperando na escola, em caso de falta de professor. Ele costuma dar aulas de qualquer matéria, independentemente da sua especialidade.
Uma aluna relatou que teve algumas aulas com um substituto. Em vez de ter aulas matemática, disciplina que já estava havia seis meses sem, teve de cidadania.
A secretaria disse ainda que nos casos de alunos que não tiveram aulas, mas ficaram com notas, eles fizeram atividades e avaliações com os professores substitutos.
A secretaria reconheceu que houve falta de professores em 11 das 12 escolas visitadas pela Folha -a rede estadual tem 5.054 unidades.
Negou apenas as denúncias de alunos da Otávio Mendes Sedon (zona norte). Os estudantes afirmaram que ficaram um mês sem aula de inglês e até três meses sem aulas de matemática.


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