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AVIAÇÃO
Três dos cinco novos pavimentos serão entregues na próxima sexta-feira; número de vagas passa de 850 para 2.250
Congonhas ganha garagem pela metade
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de discussões que se arrastam desde a década de 90, as
obras do edifício-garagem do aeroporto de Congonhas, em São
Paulo, serão parcialmente entregues na próxima sexta-feira, às
vésperas do Natal, mais que dobrando a atual oferta de vagas para estacionar -de 850 para 2.250.
A liberação do novo espaço será
acompanhada da conclusão de
quatro novas pontes de embarque
de passageiros nas aeronaves,
num evento que deve ter inclusive
a presença do presidente Lula.
Por um lado, a abertura do edifício-garagem deve aliviar os acessos a Congonhas, que nos últimos
meses passou a ter filas de espera
superiores a meia hora nos picos
para quem quisesse estacionar,
elevando os engarrafamentos.
Por outro, os passageiros tendem a notar uma situação improvisada, já que somente um pedaço
do novo prédio será liberado
-três dos cinco pavimentos, sem
incluir também a escada rolante
de acesso à garagem e uma praça.
A Infraero (Empresa Brasileira
de Infra-Estrutura Aeroportuária) vinha anunciando a conclusão da obra para este mês, embora
a data-limite contratual fosse só
em fevereiro do ano que vem.
A diretora de engenharia da empresa, Eleuza Lores, diz que a antecipação do término para dezembro de 2005 havia sido acertada com a SAO Parking, que obteve a concessão do espaço por 15
anos. Nas últimas semanas, segundo ela, "eles pediram para entregar tudo só no aniversário de
São Paulo", em 25 de janeiro.
"Apertamos e falamos que não,
que a gente queria pelo menos
uma parte agora", afirma Lores.
A SAO Parking ressalta que não
há nenhum descumprimento
contratual e que a conclusão parcial neste mês é apenas uma antecipação. A obra completa, ao custo de R$ 50 milhões e que aumentará a oferta de vagas de estacionamento para 3.400, estará pronta no primeiro semestre de 2006.
Para Marcelo Bisordi, diretor-gerente da empresa responsável
pela garagem privada, as 1.150 vagas que ficarão pendentes ainda
não vão fazer falta inicialmente.
"Por enquanto, será só uma
pré-operação para atender à solicitação da Infraero", afirma.
A tentativa da Infraero de ampliar seu estacionamento começou de forma frustrada nos anos
90, em meio a contestações judiciais, por exemplo, pelo impacto
na vizinhança. Em 2002, ela fez
um acordo com representantes
do Movimento Defenda São Paulo para a retomada do projeto.
Mas as resistências persistem.
Antonio Cunha, presidente do
movimento de moradores do
Campo Belo, nas imediações do
aeroporto, considera que a abertura da garagem "é uma tragédia"
porque tende a atrair carros.
"É uma facilidade que vai consolidar a hiperutilização", afirma
Cunha, para quem a obra reduz a
possibilidade de retirar vôos do
aeroporto. Congonhas foi construído na década de 30 e estava capacitado para receber 6 milhões
de passageiros por ano. O total em
2005 deve passar de 15 milhões.
Roberto Saruê, conselheiro do
Defenda São Paulo, diz também
que não recebeu até hoje os relatórios de impacto do empreendimento e as medidas mitigadoras.
A Infraero alega que a obra total
só será inaugurada em 2006.
Lores, diretora de engenharia
da empresa, avalia que a abertura
ainda que parcial do novo espaço
já vai trazer mais comodidade aos
passageiros. O estacionamento
atual, que é descoberto e tem 850
vagas, permanecerá aberto, mas
haverá uma nova entrada, metros
adiante, para a nova garagem.
O edifício-garagem é parte de
uma série de obras no aeroporto,
incluindo uma nova sala de embarque, já entregue, e pontes que
levam os passageiros direto para
as aeronaves. Oito delas foram
inauguradas há mais de um ano.
Mais quatro passarão a funcionar
a partir de sexta-feira que vem.
Boa parte dos viajantes, porém,
ainda terão de usar os ônibus da
pista -já que essas 12 pontes de
embarque representam só metade do total de posições de estacionamento das aeronaves.
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