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ADMINISTRAÇÃO
Em ano eleitoral, o Orçamento da prefeitura, aprovado ontem, tem estimativa total de receita de R$ 17,233 bi
Serra terá R$ 2,4 bi para investir em 2006
ALEXSSANDER SOARES
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito José Serra (PSDB),
um dos cotados para disputar a
Presidência da República em
2006, terá R$ 2,435 bilhões para
investir em obras no ano que vem.
Os vereadores aprovaram ontem, em votação final, o projeto
do primeiro Orçamento elaborado pela administração Serra, cuja
estimativa total de receita é de R$
17,233 bilhões.
Apenas a bancada do PT e o representante do PSOL votaram
contra a proposta, que prevê ainda 15% de remanejamento de verbas. Com esse dispositivo, o prefeito poderá transferir até R$ 2,58
bilhões de uma área para outra
como quiser, sem precisar pedir
autorização ao Legislativo.
Apesar de criticado pelos vereadores do PT, que chamaram a
medida de "um cheque em branco", o índice é o mesmo aprovado
nos dois últimos anos na gestão
da petista Marta Suplicy.
No Orçamento deste ano, aprovado no final da gestão da petista,
a previsão de investimentos era de
R$ 1,7 bilhão. Serra, porém, gastou aproximadamente R$ 700 milhões em obras.
Investimentos
Para saírem do papel, os planos
de investimento do prefeito vão
precisar de recursos de dois "adversários" na disputa presidencial. Serra aguarda uma ajuda de
R$ 227 milhões de repasses previstos do governador Geraldo
Alckmin (PSDB), pré-candidato
declarado do partido à Presidência em 2006.
Já em relação a repasses do governo Luiz Inácio Lula da Silva,
são aguardados R$ 407 milhões.
O prefeito iniciou o ano com
um Orçamento aprovado pela
gestão passada estimado em R$
15,2 bilhões. Serra deve encerrar o
ano arrecadando menos do que o
previsto -cerca de R$ 14,9 bilhões, segundo vereadores tucanos que acompanham a execução
orçamentária. Só não vai fechar
no vermelho porque promoveu
uma política de contenção de gastos no decorrer do ano
Receita extra
Serra espera uma receita extra
de R$ 500 milhões em 2006 após a
aprovação de projetos para tentar
aumentar a arrecadação em 2006.
São projetos para estimular a arrecadação de ISS (Imposto Sobre
Serviços), como o que prevê desconto no IPTU em troca de notas
fiscais, e o desconto para o pagamento de impostos atrasados, o
Programa de Parcelamento Incentivado.
O Orçamento de 2006 vai priorizar gastos em obras viárias na
zona leste da capital, que representarão os maiores investimentos individuais. Serra pretende
construir o sistema viário Jacu-Pêssego e o corredor expresso Cidade Tiradentes (extensão do antigo Fura-Fila). A zona leste concentra o maior número de eleitores da cidade e é considerado um
reduto de votos petistas.
A proposta aprovada também
estabelece R$ 691 milhões para as
31 subprefeituras da cidade. A
Subprefeitura da Sé, que cuida administrativamente da região central da cidade, vai receber o maior
valor, R$ 53,9 milhões. O menor
repasse ficará com a Subprefeitura Cidade Tiradentes, na zona leste, com R$ 15,52 milhões.
Após a apresentação de várias
emendas dos vereadores (leia texto nesta página), a Secretaria da
Habitação acabou recebendo
mais do que o previsto pelo próprio Serra. A pasta ficou com R$
432 milhões, contra R$ 158 milhões previstos originalmente na
proposta enviada à Câmara Municipal pelo prefeito.
Os recursos a mais serão destinados prioritariamente a programas de reurbanização de favelas e
regularização de loteamentos
clandestinos.
Por outro lado, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego),
responsável pelo gerenciamento
do trânsito da cidade, ficou com
R$ 174 milhões, após uma série de
emendas retirando os R$ 369 milhões previstos inicialmente pelo
prefeito.
"Vamos usar o índice de remanejamento para acertar o orçamento da CET", disse ontem o líder do Governo na Câmara, José
Aníbal (PSDB).
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